segunda-feira, 31 de agosto de 2009

A Glândula Pineal

O video é grande, mas vale a penas assistir.

http://www.youtube.com/watch?v=IcJw4-Ccbss

sábado, 6 de junho de 2009

O caminho da meditação estabilizadora


Esta ilustração é a reprodução de um desenho tibetano que representa nove cenas, os nove estágios do caminho da meditação estabilizadora ou shamatha.
Há dois personagens: o homem, o meditador, o observador; e o elefante, que representa sua mente. Para desenvolver shamatha, a mente usa duas ferramentas: a atenção e a lembrança. A afiada machadinha representa a acuidade da atenção vigilante, e a corda com um gancho é a lembrança da prática. Já que muitas distrações interrompem seu estado alerta, vigilante, o meditador deve retornar a ela através de constantes lembranças. A vigilância é a acuidade na base da meditação, e a lembrança assegura sua continuidade. O estado de shamatha tem dois obstáculos principais: o primeiro é a agitação ou dispersão criada pela fixação sobre pensamentos e emoções passageiros; o segundo é o torpor ou preguiça, a estagnação mental. O torpor é representado pela cor preta do elefante e a agitação pelo macaco. O fogo que diminui ao longo do caminho representa a energia da meditação. Conforme avançamos, a prática requer menos e menos esforço.
As seis curvas ou voltas no caminho marcam seis platôs, masterizados sucessivamente pelas seis forças da prática, que são: ouvir as instruções, assimilá-las, lembrá-las, vigilância, perseverança e hábito perfeito. Ao lado da estrada há diferentes objetos: um katha, algumas frutas, uma concha cheia de água perfumada, pequenos címbalos e um espelho, representado os objetos dos sentidos; objetos tangíveis, sabores, odores, sons e formas visuais, que distraem o meditador que se desvia do caminho do shamatha ao segui-los.
[1] Na base da ilustração, no primeiro estágio, há uma distância consideravelmente grande entre o meditar e sua mente. O elefante da mente é guiado pelo macaco, ou agitação. O grande fogo mostra que a meditação requer bastante energia. Os obstáculos são os piores possíveis; tudo está preto.
[2] No segundo estágio, o meditador chega mais próximo do elefante por causa de sua atenção. O macaco — a agitação — ainda conduz a mente, mas o ritmo diminui. A estagnação e a agitação diminuem; algum branco infiltra-se no preto do elefante e do macaco.
[3] No terceiro estágio, o meditador não mais caça a sua mente; agora eles estão cara a cara. O macaco ainda está à frente, mas não conduz mais o elefante. O contato entre o meditador e a mente é estabelecido pela corda da lembrança. Ocorre uma forma sutil de estagnação, representada por um pequeno coelho. A escuridão da estagnação e da agitação diminui.
[4] No quarto estágio, o progresso torna-se mais claro e o meditador chega ainda mais perto do elefante. A alvura do macaco do elefante e do coelho aumenta. A cena torna-se mais clara.
[5] No quinto estágio, a situação torna-se invertida. O meditador conduz o elefante da mente com a atenção e lembrança contínuas. O macaco não conduz mais, porém o coelho ainda está lá. A cena fica ainda mais clara. Em uma árvore próxima, um macaco branco pega uma fruta. Isto representa a atividade da mente de se engajar em ações positivas. Apesar de essas ações normalmente precisarem ser cultivadas, ainda há distrações no contexto da prática do shamatha; é por isso que ela é preta e está fora do caminho.
[6] No sexto estágio, o progresso é mais definitivo. O meditador conduz e a lembrança é constante; ele não tem mais que colocar sua atenção sobre a mente. O coelho se foi e a situação torna-se cada vez mais clara.
[7] No sétimo estágio, a cena torna-se muito pacífica. A caminhada não mais requer direção. A cena torna-se quase completamente transparente. Alguns sinais de preto indicam pontos de dificuldade.
[8] No oitavo estágio, o elefante anda domado pelo meditador. Não há virtualmente mais nenhum preto e a chama do esforço desapareceu. A meditação torna-se natural e contínua.
[9] No nono estágio, a mente e o meditador estão ambos completamente em descanso. Eles são como velhos amigos acostumados a estar juntos calmamente. Os obstáculos desaparecem e a meditação estabilizadora é perfeita.
As cenas seguintes, nascida do raio de luz que emana do coração do meditador, representa a evolução da prática no coração deste estágio de shamatha. A realização do shamatha é caracterizada pela experiência de alegria e radiância, ilustrada pelo meditador voando ou cavalgando sobre as costas do elefante. A última cena refere-se às práticas combinadas de shamatha e vipashyana. A direção é revertida. A mente e a meditação estão unidas; o meditador senta-se escarranchado sobre o elefante. O fogo revela uma nova energia, a da sabedoria, representada pela espada flamejante da sabedoria transcendente, que corta os dois raios negros das aflições mentais e da dualidade.
Kalu Rinpoche. Luminous mind: the way of the Buddha. Compilado por Denis Töndrup, traduzido por Maria Montenegro, prefácio de S.S. o Dalai Lama. Boston: Wisdom, 1997. Pág. 157-158.

Fonte> http://caminhodomeio.wordpress.com/2008/01/15/o-caminho-da-meditacao-estabilizadora/

domingo, 3 de maio de 2009

Yoga: Uma antiga técnica atual




Yoga é uma antiga filosofia de vida que se originou na Índia há mais de 5000 anos. Não obstante, ele figura ainda hoje em todo o mundo como o mais antigo e holístico sistema para colocar em forma o corpo e a mente. Literalmente, Yoga significa união pois ele une e integra o corpo, a mente e nossas emoções para que sejamos capazes de agir de acordo com nossos pensamentos e com o que sentimos. O Yoga nos induz a um profundo relaxamento, tranqüilidade mental, concentração, clareza de pensamento e percepção interior juntamente com o fortalecimento do corpo físico e o desenvolvimento da flexibilidade.

As Técnicas do Yoga

Existem várias modalidades de Yoga, cada uma enfocando um aspecto mais do que outro. As técnicas mais utilizadas são:

Ásanas: os exercícios físicos que fortalecem o corpo, aumentam sua agilidade e previnem contra várias doenças, principalmente as psicossomáticas. Diferente de outros métodos, os exercícios são feitos respeitando o alinhamento das cadeias musculares e com total consciência do corpo. Assim, não há risco de distensões ou lesões. Além disso, os ásanas desbloqueiam áreas tensas que impedem o fluxo da energia vital. Em última análise, as doenças surgem quando esse fluxo não é adequado.

Pránáyáma: são os exercícios respiratórios. No ínicio, eles vão reeducar os músculos envolvidos na respiração ampliando-a e melhorando a absorção do oxigênio. Depois, eles atuam em nossas emoções auxiliando-nos a lidar melhor com elas e produzindo um estado de equilíbrio interior. Os pránáyámas também agem diretamente sobre nossa energia, aumentando-a e melhorando sua distribuição pelo corpo.

Yoganidra: aqui, aprendemos a descontrair conscientemente cada músculo e cada parte do nosso corpo. Depois, nos imaginamos envolvidos por uma cor específica ou passeamos mentalmente por praias paradisíacas, belas montanhas, campos floridos, etc. Tudo isso para que possamos sair da agitação do cotidiano e perceber outras formas de viver com mais tranqüilidade. A serenidade advinda desses momentos é deliciosa e permanece por vários dias.

Meditação: meditar é sentar-se quieto e observar a si mesmo. Estamos sempre preocupados em conhecer tudo aquilo que está ao nosso redor mas nos empenhamos muito pouco em descobrir o que acontece dentro de nós: como lidamos com os fatos da vida, como pensamos, como sentimos, quais nossas verdadeiras aspirações. A meditação nos oferece a possibilidade de nos conhecermos mais profundamente.



Quais os Efeitos do Yoga?

O Yoga atua em todos os níveis do nosso ser: físico, mental e emocional. Mas o que torna o Yoga único é o fato dele não apenas alongar todas as partes do corpo, mas também massagear os órgãos internos e as glândulas. Ele coordena o sistema respiratório com o corpo físico, relaxa os músculos e a mente, estimula a circulação e aumenta a provisão de oxigênio em todos os tecidos. As costas, peito, sistema digestivo e pulmões são os mais beneficiados pelos exercícios e o resultado é que o processo de enrijecimento devido à inatividade, o cansaço, a postura incorreta e o envelhecimento é revertido. A prática regular do Yoga garante uma qualidade de vida muito melhor, livre dos efeitos nocivos da correria e da tensão do cotidiano.


O Que é Necessário para Obter esses Efeitos?

Diferente do que muita gente pensa, não é necessário acreditar em nada exótico para praticar Yoga e receber seus benefícios. Tudo o que você precisa é praticá-lo com regularidade e empenho. A constância no Yoga opera verdadeiros milagres em nosso corpo e em nossa vida. Os exercícios são simples e você os conquista gradualmente, respeitando o seu ritmo próprio.

Quantas vezes por semana devo praticar?

O melhor é praticar todos os dias mas nem sempre isso é possível. Duas práticas por semana produz um resultado bom em médio prazo. Praticando três ou quatro vezes na semana, você fortalece e energiza seu corpo muito mais rapidamente, o que lhe deixará estimulado a continuar a prática. Regularidade é fundamental para obter resultados, portanto, não falte nas práticas.

E se eu não conseguir fazer todos os exercícios?

Nenhum de nós consegue fazer todos os exercícios. Se você ficar perdido durante a prática, pare por um momento e observe as pessoas que estão ao seu lado. É comum, nas primeiras semanas, ter alguma dificuldade pois não estamos familiarizados com os exercícios. Após algumas práticas, você será capaz de acompanhar perfeitamente as instruções do professor.

Mas e se eu não puder nem mesmo tocar os pés?

Para começar a praticar Yoga, a única coisa que você precisa é de uma mente flexível. Com tempo e paciência a flexibilidade virá. O mesmo podemos dizer em relação à força. É a partir da aceitação que poderemos crescer na prática e expandir nossos limites.

Posso comer antes da prática?

É melhor não. Dê um intervalo de pelo menos duas horas entre uma refeição e a aula. Opte por comer uma fruta ou algo leve se for necessário se alimentar antes de praticar.

O que devo vestir para praticar?

Use roupas leves e próprias para exercícios. Uma camiseta com bermuda, short ou calça de moletom é suficiente e praticamos com os pés descalços. É importante que a roupa seja confortável e visualmente agradável. Isso aumenta nossa vontade de praticar.

Por que as janelas ficam fechadas durante a prática?

As janelas fechadas ajudam a manter o calor gerado pela respiração e pelos movimentos. Esse calor produz a queima de toxinas em nossos órgãos e tecidos. Se as janelas ficarem abertas e começar a ventar podemos perder todo o trabalho da aula. Também, alguém poderia se resfriar por estar com o corpo aquecido e receber uma corrente de ar fria.

Pode-se tomar água durante a prática?

Sim, mas não recomendamos. Além de ter de parar a prática para beber, você também terá uma perda de calor ao ingerir água. Lembre-se, o calor é parte integrante de nossa prática. Só beba se for inevitável.

O que significa NAMASTÊ?

NAMASTÊ é o cumprimento em sânscrito que usamos no final da prática e significa “a minha essência saúda a sua essência”. Essa saudação invoca a percepção de que todos compartilhamos da mesma essência, da mesma energia e, portanto, não há distinção ou competitividade entre os praticantes. O Yoga nos ensina a ver nos outros um reflexo de nós mesmos: alguém que também chora, ri, sofre e ama como nós. Assim, desenvolvemos a compaixão e a conexão com tudo o que nos rodeia.


PS: Próximo passo, começar as aulas de yoga.

sexta-feira, 24 de abril de 2009

Somos influenciados pela espiritualidade?


A resposta é sim, e este processo se dá pelo campo eletromagnético, que depois é convertido, através de uma glândula que possuímos no cérebro, a pineal, em estímulos eletroneuroquímicos.

Há mais de dois mil anos, a glândula pineal (a epífise) é vista como a sede da alma. Para a filosofia yogui é da pineal que parte o chakra Ajna, o terceiro olho, que leva ao autoconhecimento. Certa vez René Descartes, filósofo e matemático francês, afirmou que havia no cérebro uma glândula onde a alma se fixaria mais intensamente. Nas psicografias de Chico Xavier a pineal é citada claramente como o centro da mediunidade.
Mas o que é a pineal, onde se localiza? Qual sua função no organismo?
Bem, a pineal está localizada no centro do cérebro, na altura dos olhos e converte ondas eletromagnéticas em estímulos neuroquímicos. É também um órgão cronobiológico, um relógio interno, que capta as radiações do Sol e da Lua. O tempo é uma região do espaço. A dimensão espaço-tempo é a quarta dimensão. A glândula que nos dá a noção de tempo está em contato com a quarta dimensão.
Quarta dimensão e espiritualidade
Nós vivemos em três dimensões e nos relacionamos com a quarta, através do tempo. A pineal é a única estrutura do corpo que transpõe essa dimensão, que é capaz de captar informações que estão além da terceira dimensão. A afirmação de Descartes, quando diz que a alma se liga ao corpo, tem uma lógica até na questão física: é a pineal que lida com a outra dimensão.
Pineal nos animais
Não só os homens, mas todos os animais possuem a glândula pineal. É ela que os orienta nos processos migratórios, por exemplo, pois sintoniza o campo magnético. Nos animais, a pineal tem fotorreceptores iguais aos presentes na retina dos olhos, porque a origem biológica da pineal é a mesma dos olhos, é um terceiro olho, literalmente. Possivelmente, a pineal estaria ligada a uma capacidade psíquica a ser desenvolvida. O Dr. Sérgio Felipe de Oliveira*, acredita que a pineal evoluiu de um órgão fotorreceptor para um órgão neuroendócrino: "a pineal não explica integralmente o fenômeno mediúnico, como simplesmente os olhos não explicam a visão. Você pode ter os olhos perfeitos, mas não ter a área cerebral que interprete aquela imagem. É como um computador, você pode ter todos os programas em ordem, mas se a tela não funciona, você não vê nada. A pineal, no que diz respeito à mediunidade, capta o campo eletromagnético, impregnado de informações, como se fosse um telefone celular. Mas tudo isso tem que ser interpretado em áreas cerebrais, como por exemplo, o córtex frontal. Um papagaio tem a pineal, mas não vai receber um espírito, porque ele não tem uma área no cérebro que lhe permita fazer um julgamento. A mediunidade está ligada a uma questão de senso-percepção. Então, a ela não basta a existência da glândula pineal, mas sim, todo o cone que vai até o córtex frontal, que é onde você faz a crítica daquilo que absorve. A mediunidade é uma função de senso (captar)-percepção (faz a crítica do que está acontecendo). Então, a mediunidade é uma função humana. A parapsicologia diz que estes campos eletromagnéticos podem afetar a mente humana.
Espiritualidade e o campo magnético
Os cientistas Vollrath e Semm descobriram em 1988 que a pineal converte ondas eletromagnéticas em estímulos neuroquímicos. E o espiritual age pelo campo eletromagnético. Se há uma interferência espiritual, esta se dá justamente pelo campo eletromagnético. Quando falamos no espiritual, na força divina onipresente, a interferência acontece na natureza pelas leis da própria natureza. Se o campo magnético interfere no cérebro, a espiritualidade interfere no cérebro pelo campo magnético. Uma coisa complementa a outra.
A mediunidade
Segundo o Dr. Sérgio Felipe de Oliveria, a mediunidade é um atributo biológico: "a mediunidade acontece pelo funcionamento da pineal, que capta o campo eletromagnético através do qual a espiritualidade interfere. Não só no espiritismo, mas em qualquer expressão de religiosidade, ativa-se a mediunidade, que é uma ligação com o mundo espiritual. Um hindu, um católico, um judeu ou um protestante que estiver fazendo uma prece está ativando sua capacidade de sintonizar com um plano espiritual. Isso é o que se chama mediunidade, que é intermediar." Não se trata, portanto, de levantar qualquer bandeira religiosa, mas se trata de uma função natural, presente na religião.
Ciência X espiritualidade?
Não existe controvérsia entre ciência e espiritualidade. A ciência não nega a vida após a morte nem nega a mediunidade e muito menos o espírito, a alma. Também não prova a existência. Na verdade, pode-se abordar o espiritual com metodologia científica, como no caso do espiritismo, que sempre vai optar pela ciência. Esta é a condição primordial do pensamento espírita. Os cientistas não podem afirmar que a visão materialista é a visão da ciência. Eles podem ter esta visão particularmente, mas não podem afirmar que seja uma visão da ciência! Do contrário estarão subvertendo o que é a ciência. Os estudos científicos apontam uma tendência de resultado e não uma verdade absoluta. Existem muitos trabalhos publicados pelo mundo afora relacionando mediunidade e a pineal, mas infelizmente isso não é muito divulgado pela mídia. Existe um grupo de psiquiatras no Hospital das Clínicas de São Paulo defendendo teses na área da espiritualidade e espiritismo.
Crianças e a espiritualidade
Segundo o Dr. Sérgio, as crianças têm uma sensibilidade mediúnica diferente da de um adulto. Seria uma mediunidade anímica, que sai do corpo e entra em contato com o mundo espiritual.
Terceiro olho e mantras
Ainda segundo o Dr. Sérgio, a glândula pineal está localizada em uma área cheia de líquido. Possivelmente o som entoado com mantras faça vibrar o líquido, provocando alguma reação na glândula. Com o vibrar do líquor, a glândula alteraria o metabolismo. Dessa forma, teria lógica supor que a pineal, o terceiro olho, possa ser estimulada sim com a entoação de mantras.
Ommm!
* Sérgio Felipe de Oliveira é psiquiatra brasileiro, mestre em Ciências pela USP e destacado pesquisador na área da Psicobiofísica. A sua pesquisa reúne conceitos de Psicologia, de Física, de Biologia e do espiritismo. Realiza um trabalho junto à Associação Médico-Espírita de São Paulo e possui a clínica Pineal Mind, onde faz seus atendimentos e aplica suas pesquisas.
Fonte > http://www.sohamsoham.blogspot.com/

O Yoga e o Ser



O Yoga, esse complexo e profundo mapa do ser humano, dá-nos diversos indicativos de como chegarmos à nossa essência, ao Ser. De acordo com os Vedas, o Ser permeia tudo, é criador e criatura ao mesmo tempo. Em nós, indica os Vedas, esse Ser, ou essa essência universal, reside no coração: “Dentro do coração, em uma pequena cavidade, repousa o universo”. Mahanarayana Upanishad.
A primeira pergunta que surge ao refletirmos sobre o Ser é: se esta é a nossa essência, a nossa real natureza, porque não somos, naturalmente, o seu reflexo? Na realidade somos o seu reflexo, mas esquecemos disso. Esquecemos por uma razão básica, a ignorância, ou seja, a nossa identificação, o nosso apego com o ego e com as coisas perecíveis e impermanentes da vida.
Por vezes acho muito curioso e estranho ter um nome: Tales da Costa Lima Nunes. Ser filho de Denise Costa Lima da Rocha e Ricardo Nunes. Ter uma posição dentro de uma família. Existir expectativas sobre quem devo ser, tanto externas quanto internas. Passar o dia conversando comigo mesmo, variando dentro de estados emocionais, agindo movido por eles. Alegrar-me, entristecer-me. Às vezes achar-me o centro do Universo, às vezes o mais esquecido por ele.
Achar que poderia ser qualquer outra pessoa, bastasse ter tido eu uma história de vida diferente. Essa empatia com o outro e ao mesmo tempo esse estranhamento pessoal e a capacidade de posicionar-se como expectador de si mesmo, indica-nos que somos algo além do que normalmente achamos ser. Percebo, intuitivamente em alguns momentos e racionalmente noutros (quando estudo Vedanta), que em meio a esses altos e baixos existe algo que é permanente e tranqüilo. Algo que está constantemente a observar-se serenamente, uma consciência constante.
É exatamente a percepção da existência dessa consciência, desse Eu, que fez o poeta espanhol Juan Ramón Jimenez escrever o poema:
Eu não sou eu.
Eu sou alguém que caminha a meu lado.
Que permanece em silêncio quando estou falando.
Que perdoa e esquece quando estou irado, esbravejando.
Que segue sereno quando estou aflito, sofrendo.
E que estará de pé quando eu estiver morrendo.
Eu não sou eu.
Eu sou alguém que caminha a meu lado.
Dentro ou fora da tradição indiana, indicativos dessa mesma percepção é-nos fornecido. Marco Aurélio, o imperador filósofo romano deixou-nos as belas palavras:
Volta o olhar para o teu interior. Aí reside a fonte do bem inesgotável, se o buscares sem cessar.
Em outro belo aforismo que em muito assemelha-se ao poema de Juan Ramón Jiménez, Marco Aurélio remete a um conhecimento valoroso e passado a ele por Epicuro, filósofo grego:
Lembra-te, perante qualquer dor, de que esse infortúnio não avilta nem torna pior a inteligência que te governa. Com efeito, para a maioria dos desgostos encontrarás socorro na palavra de Epicuro: “Nenhum tormento será duradouro nem intolerável, caso não o aumente a tua imaginação, e se o vires nas dimensões naturais. Considera ainda que muitas coisas te incomodam sem todavia serem sofrimentos.
Estes são indicativos de que este conhecimento está presente em todas as culturas ao longo da história da humanidade. No entanto, o que me espanta cada vez mais é a riqueza em quantidade e qualidade e de detalhe dos escritos indianos acerca do conhecimento do Ser. O que faz deste lugar um palco riquíssimo do que podemos chamar de conhecimento de si mesmo.
A Hatha-Yoga-Pradipika diz-nos que o Yoga é um refúgio para aqueles que sofrem os três tipos de dor. Adhyatmika, dor física ou sofrimento psíquico; Adhidaivika, sofrimentos provocados por influências planetárias; Adhibhautika, aflições produzidas pelos fenômenos naturais. A dor, diz os textos de Yoga, é inerente ao ser humano. Mas gosto de completar essa afirmação com a idéia de Fernando Pessoa: “A dor é inevitável, o sofrimento é opcional”. Ou seja, a dor sempre vai existir, mas o sofrimento será tanto maior quanto nos identificarmos com essa dor.
Acredito plenamente, apesar de muitas vezes esquecer, que a natureza é perfeita, é uma sinfonia harmônica. Se a dor é inerente à vida humana, certamente há um antídoto a ela.
Patañjali, com o seu sutra 16 do capítulo II dos Yoga-Sutras, indica-nos o antídoto com a afirmação de que o sofrimento que ainda não surgiu, pode ser evitado. Esse simples aforismo diz-nos muito. Diz-nos que o sofrimento passado não pode ser evitado. O sofrimento passado deixa impressões em nós. Sentimentos que voltam e lembranças que vem e vão. Mas o sofrimento em si por qual passamos anteriormente, nada podemos fazer nada para apaziguá-lo.
O sofrimento por qual estamos passando, temos a possibilidade de apaziguá-lo. Mas, quando mergulhados no sofrimento é-nos mais difícil de ver a luz. Muitas vezes, sim, uma situação de fragilidade, de sofrimento e a defrontação com a impermanência, na forma de perda de um ente querido, de uma enfermidade, é uma faísca que acende a chama para a busca pelo conhecimento do Ser, que é eterno e imperecível.
No entanto, acredito, o impulso por essa busca de algo maior é inerente ao ser humano, só que geralmente é canalizada para a busca de coisas perecíveis, dinheiro, fama, bens exteriores. O sofrimento pode, em vários momentos, canalizá-la para o que realmente importa na vida.
Mas, então, como podemos evitar o sofrimento futuro? Compassivamente, para não gerar mais ansiedade em nós, logo no sutra 17 Patañjali indica-nos que a união entre observador e objeto observado é a causa do sofrimento. Portanto, podemos inferir que a saída, a maneira de evitar o sofrimento futuro é a desidentificação com o objeto observado. Objeto observado aqui pode ser visto como pensamentos, emoções, situações, objetos materiais.
Ainda assim, continuamos desamparados quanto a como proceder para nos desidentificarmos com o que é perene e ligarmo-nos ao que é eterno. O Atma Vicara, a meditação no ser de Ramana Maharshi é um belo exemplo de prática que pode ajudar-nos nesse processo. Por meio da auto-inquirição chegamos ao Ser:
Quem sou eu, que não sou este corpo?
Sou o ser (que é imaterial, imutável e imperecível).
Quem sou eu, que não sou esta mente que pensa?
Sou o ser (que é serenidade e paz).
Quem sou eu, que não sou os cinco sentidos?
Sou o ser (que é silêncio e comunhão).
Quem sou eu, que não sou as emoções?
Sou o ser (que é ponderação e equilíbrio).
Quem sou eu, que não sou sensações?
Sou o ser (que é satisfação).
Quem sou eu, que não sou desejo, necessidade, vontade?
Sou o ser (que é plenitude).
Quem sou eu, que não sou passado, presente e nem futuro?
Sou o ser (que é atemporal, eterno).
Quem sou eu, que não sou ego, personalidade?
Sou o ser (que é tudo).
Quem sou eu, que não sou os papéis que represento?
Sou o ser (que é a verdadeira natureza, a verdadeira identidade).
Quem sou eu, que não sou individualidade?
Sou o ser (que é uno).
Quem sou eu, que não sou orgulho nem vaidade?
Sou o ser (que é simplicidade).
Quem sou eu, que não sou insegurança nem medo?
Sou o ser (que é luz).
É um processo semelhante ao de se chegar ao sol por meio da lua cheia. A lua está lá, plena, cheia, brilhando. E, por trás dela, está o sol a iluminá-la. Quando estamos conectados a nossa luz interior, vemo-nos como luas cheias, como pessoas plenas e completas, iluminadas pela luz da consciência. Quando, porém, essa luz é ofuscada pela nossa ignorância existencial vemo-nos minguado. Mas o sol está sempre lá, brilhando, independente da maneira como vemos a lua. Ninguém diz que o sol perdeu a sua luz apenas porque a lua está em sua fase nova. Da mesma maneira, independente da maneira como nos vemos, a consciência está sempre lá, brilhando. Nós, porém, de forma ignorante, achamos que não temos ou que não somos luz por vermo-nos momentaneamente de maneira incompleta ou ofuscada.
O Ser é a razão da existência. Ser é, em si mesmo, plenitude, independente de como estamos. A realização disso é a razão de estarmos aqui. Lembrar disso constantemente, eis a questão. Então, deixo, humildemente, dentro da minha compreensão e baseado em muito do que li de mestres que deixaram o seu legado, dicas práticas de como lembrarmos-nos desse conhecimento que causa uma reviravolta na maneira como estamos acostumados a vermo-nos. Um conhecimento que nos centra internamente para, na realidade, descentrar-nos. Ou seja, faz-nos reconhecer como consciência e luz e ao mesmo tempo e consequentemente, todos e tudo como essa mesma consciência, esse mesmo todo.
Seguem algumas indicações:
÷ Reservar momentos diários para a contemplação e para a meditação.
÷ Em meditação, pensar que a nossa inspiração, em realidade é a expiração do Universo para dentro de nós e que nos preenche. E que a nossa expiração, em realidade é a inspiração do universo que nos suga o ar e que nos esvazia.
÷ Manter contato com a natureza. Isso faz-nos lembrar que fazemos parte do todo.
÷ Ouvir músicas que nos toquem no sentido de reforçar nossa lembrança do conhecimento interior.
÷ Ler poesias que nos toquem dessa mesma forma.
÷ Fazer trabalho voluntário, em benefício dos outros.
÷ Olhar a lua cheia nascer (algumas pessoas desconhecem que isso acontece uma vez a cada mês).
÷ Olhar o sol se pôr (isso é mais fácil, a cada dia temos esse espetáculo).
÷ Olhar as pessoas nos olhos.
÷ Escolher um objeto pessoal que o remeta a consciência do todo. Mantenha-o próximo aos seus olhos e diariamente reverencie-o como símbolo dessa consciência.
÷ Obsevar o que e quem nos faz sentirmos plenos e completos e perceber que essa pessoa ou objeto é apenas um veículo que despertou em nós o que somos em essência.
Depois de escrever isso tudo, desejo que este conhecimento faça parte da minha vida tanto quanto da sua. Desejo que lembremos desse conhecimento constantemente. Que as palavras da Mahanarayana Upanishad ecoem em nossas mentes:
Dentro do coração, em uma pequena cavidade, repousa o universo.
E quando assim estivermos, vivendo esse conhecimento apreendido, que as sábias palavras do Atharva Veda façam-se verdadeiras em nossos corações: “A Terra é a minha mãe e eu sou o seu filho”. E, então, que a vejamos assim e a respeitemos assim. Que, como filhos da mesma mãe, vejamo-nos como irmãos. E, como irmãos, que nos ajudemos a crescer mutuamente - pois o crescimento do outro é o nosso próprio crescimento - como contempla a Taittirya Upanishad:
Om, que estejamos sempre unidos e bem nutridos.
Que estejamos sempre unidos e protegidos.
Que trabalhemos juntos.
Que progridamos juntos.
Que nosso conhecimento seja luminoso e realizador.
Que nunca haja inimizade entre nós.
Que haja paz, paz, paz.
Fonte > http://universoorganico.wordpress.com/

quarta-feira, 8 de abril de 2009

A Carne é fraca

Video para fazer você pensar um pouco sobre o consumo de carne.

Parte 1: http://www.youtube.com/watch?v=EghRqeZA-TU

Parte 2: http://www.youtube.com/watch?v=SKz6sgnUgdg&feature=related

Meditação Transcendental


A Meditação Transcendental (MT) é uma técnica especial de meditação, natural e muito fácil de aprender e praticar, usada para aperfeiçoar a nossa capacidade mental, física e emocional. O programa da MT é praticado por 15 a 20 minutos duas vezes ao dia sem fazer qualquer esforço.

Durante a prática da MT nossa mente aquieta-se espontaneamente e torna-se completamente desperta, enquanto nosso corpo repousa mais profundamente do que quando dormimos. Esta experiência agradável e totalmente natural chamada Consciência Pura ou "transcender", é de grande valor para nossa vida prática, pois desperta e expande nossas funções mentais, revitaliza e rejuvenesce nosso corpo e equilibra e eleva nossas emoções, eliminando stress, tensões e fadigas acumulados.

Após a prática da MT nossa mente está mais desperta, nossa capacidade mental mais expandida e temos mais energia física e estabilidade emocional para realizar nossos objetivos práticos. Estes resultados benéficos surgem desde o início do curso de aprendizado e crescem gradualmente com a prática regular, melhorando sensivelmente nossa qualidade de vida em todas as áreas.

Os efeitos práticos da Meditação Transcendental têm sido extensamente pesquisados em mais de 500 institutos de pesquisas e universidades no mundo inteiro. Mais de 6 milhões de pessoas no mundo, de todas as idades, culturas, profissões e religiões aprenderam esta técnica e têm a possibilidade de desfrutar dos seus benefícios diariamente.

A MT é muito antiga e foi sistematizada e trazida ao Ocidente há cerca de 50 anos por Maharishi Mahesh Yogi, para beneficiar qualquer pessoa de vida ativa, ou seja, um profissional, executivo, dona de casa, atleta, estudante, etc.

O que a Meditação Transcendental não é

Muito se fala sobre a técnica da MT em livros, sites da internet, organizações religiosas, etc. mas há muitas informações errôneas a respeito. A Meditação Transcendental difere essencialmente do que se entende hoje em dia por "meditação". Assim, também é importante saber o que ela não é:

- A MT não é concentração, nem controle da mente.
- A MT não é oração, nem contemplação.
- A MT não é hipnose, auto-sugestão, ou análise de pensamentos.
- A MT não é tentar esvaziar a mente de pensamentos.
- A MT não requer qualquer esforço para aprender ou praticar.
- A MT não requer mudanças de dieta ou posturas físicas.
- A MT não implica em mudanças de estilo de vida ou comportamento.
- A MT não é uma filosofia, nem um conjunto de conceitos sobre como viver.
- A MT não é uma religião nem conflita com qualquer crença ou prática religiosa.
- A MT não requer "tendências espirituais" ou fé para funcionar .
- A MT não tem nada a ver com contato com espíritos ou "deuses" estranhos.
- A MT não depende de experiência anterior com outras formas de meditação.
- A MT não é uma prática esotérica, viagem astral, Nova Era. etc.

Fonte > http://meditacao.transcendental.sites.uol.com.br/

quinta-feira, 2 de abril de 2009

Convite para você


Vivemos em uma sociedade onde você é o que tem. Valores impostos por uma forma de gerenciar que a tempos vem mostrando que não funciona. A qual se apóia na miséria de muitos para o beneficio de poucos.

Ouço muita gente reclamando, questionando, querendo que mude, no entanto pouco vem sendo feito. Precisamos mudar. Nós temos o poder de mudar o mundo. Mesmo que seja com pequenas atitudes, que a maioria acha tão irrelevante, mas que faz muita diferença no final.

Poucos dias atrás assisti a uma reportagem, que me fez pensar ainda mais sobre o assunto.

A reportagem fazia uma pesquisa sobre: "Quanto à galera esta gastando na balada". Durante a reportagem foi constatado que uma garrafa de vodka (que custa em torno de 20 reais em qualquer supermercado) estava sendo vendida a 200 reais. O que por si só já é uma absurdo, mas tudo bem. Certo momento o repórter entrevistou um rapaz e disse que venderia a garrafa a ele pelo preço que tinha comprado, sendo que o mesmo deveria rasgar 100 reais. O "Granado" pra não fazer feio em frente às câmeras, rasgou 150 reais, exclamou alguns palavrões pra mostrar que é um Macho Alfa e jogou o dinheiro em cima do repórter.

Até ai tudo bem, afinal de contas o dinheiro é dele e ele faz o que quiser.

Mas isso me fez pensar um pouco e chegar à conclusão que não é nada certo alguém ganhar 50 mil reais enquanto outros ganham menos de 500. Isso gera uma desigualdade estúpida, pessoas trabalham dias pra conseguir o que ele jogou fora como se fosse algo inútil.

Penso que a moral e a masculinidade dele seriam muito mais elevadas se essa quantia fosse doada a pessoas que realmente precisam, ou comprando comida pra dar a pessoas que estão com fome. Doando a entidades que auxiliam pessoas necessitadas. As possibilidades são infinitas.

A violência de nossa sociedade é proveniente dessa desigualdade cruel. Imagine você em casa ouvindo o seu filho chorar de fome enquanto um "Joselito" joga dinheiro fora.

Enquanto houver essa disparidade de realidades, enquanto segregarmos indivíduos, nossa sociedade não vai evoluir, a criminalidade não vai diminuir, e nós vamos continuar reclamando das mesmas coisas.

Trate o próximo como você gostaria de ser tratado, olhe para ele como você olharia pra si mesmo. Ajude o próximo, sempre que esse precisar.

Quando você auxilia alguém, esse alguém se torna grato, o sentimento de gratidão é enviado a você na forma de vibrações positivas. Você se sente bem, sente que fez o certo.

A partir do momento em que mudamos nossa forma de agir e mostramos que não temos medo de ser diferentes do "outro", que não precisamos ser como o "outro", que não precisamos viver a vida do "outro", e sim vamos seguir o nosso próprio caminho, mesmo que ele seja totalmente diferente do que todos esperam de você.

Vamos mostrar que podemos sim mudar o mundo, não de um dia pro outro, como mágica, mas com trabalho árduo e diário. Posso ser um sonhador, mas eu acredito nisso, e vou infectar outras pessoas, mesmo que eu consiga mudar a opinião de apenas uma pessoa, essa mesma pessoa vai conseguir mudar a opinião de outra. Afinal de contas foi assim que eles conseguiram chegar aonde chegaram. Infectando todos ao seu redor com suas teorias furadas. Se for assim que tem que ser, eu infectarei todas as pessoas que puder com as minhas teorias, mudando o que esta errado.

Vamos mudar, vamos querer para o outro o que queremos para nós mesmos. Devemos nos sentir felizes quando nosso vizinho recebe um presente. Todos estão conectados, somos um só. Viemos para o mundo com uma finalidade maior, evoluir.

Evoluir espiritualmente, intelectualmente, financeiramente, evoluir em todos os sentidos. Essa é a minha teoria. Evolua! Não fique ai parado fazendo a mesma coisa que sempre fez, faça diferente.

Eu convido você a viver em uma sociedade melhor!


Bruno Melo.

O Camelo e o Leão


Transformar ou morrer dizia Baal Shem Tov, no século XVIII!

E com essa frase, inicio minha reflexão sobre este momento. Transformar ou morrer!

E por ser fiel a este princípio, enveredei pelo vale escuro da morte e por lá travei minhas lutas e minhas provas. Por amor e sobretudo por fidelidade a coragem que sempre foi virtude presente nos passos dos cabalistas.

Minha fidelidade tem sido há muitas vidas, libertar os laços que prendem a alma do homem e conduzi-lo ao melhor e mais livre de suas possibilidades. Eu sangraria por esse propósito, eu lutaria com o próprio anjo da morte por esse objetivo. Eu viajaria as dimensões mais inferiores para resgatar centelhas ancestrais e trazer de lá as experiências solitárias dos profetas.

Hoje, pois, meu objetivo é trazer a consciência do LEÃO em detrimento da sistematização do CAMELO.

Acredito que possa existir duas formas de ser dentro deste mundo. Ou os passos previsíveis e conduzidos sem vontade própria característico dos CAMELOS, ou sermos como LEÕES, que trazem em seu sangue o vigor da coragem e da força. E eu sou – digo “sou” pois nunca se deixa de ser – discípulo de BENARI, cujo significado é “filho do Leão”, e sou eu igualmente o filhote do LEÃO assim como todos aqueles que ousam enveredar pelas dimensões mais profundas do deserto da existência.

Há um traço de ira santa, que traz o sangue aos olhos do LEÃO e que o transforma em força de criar seu próprio destino.

E quem quiser ser o criador de seu próprio destino, tem de ser, antes de tudo, um destruidor e arrebentar valores.

Eu considero um cabalista de acordo com sua capacidade de dar exemplos. E de nada serviria a retórica dos livros, se a travessia do inferno não pudesse ser visto como real.

O “eu” verdadeiro é aquele que se inventa, que leva a uma atitude de transformar ou morrer. Nesse sentido, nós somos os poetas da nossa vida. Cada homem é um artista. Um artista que emprega a si próprio como matéria-prima.

A sua essência não está oculta no fundo do seu ser, mas na verdade está muito acima de você. Esse acima aponta para o cabalista, o domínio do dom profético. O dom profético consiste no potencial de superação que nós temos, uma capacidade dificilmente acessível, por estar coberta e limitada por uma gigantesca estrutura de pensamento robótico.

Conectamo-nos com essa potência, com essa força configuradora dentro de nós em algumas circunstâncias, como, por exemplo, quando as exigências do caminho lhe conduzem a enfrentar a morte e olhar em seus olhos de fogo.

E essa força interior questionadora e ardente é o profeta em nós.



Portanto meus queridos amigos do caminho, eu lhes trago como sempre, um presente das terras por onde andei. Eu lhes trago a controvérsia e a coragem de quem se faz LEÃO.

Mas as vozes interiores vinculadas ao lado negativo, são programadas para reduzir as coisas. Tudo tem que ser rapidamente compreendido pelo ego mesquinho. Qualquer coisa um pouco diferente causa irritação.

Mas como podemos nos modificar sem irritação!?



Este é o preço inevitável de se desejar livre. Quando se é livre, passa-se a ser visto com um misto de fascinação e negação.



Mas meu discurso é para os que trazem o espírito do LEÃO, os que se transformam. E é para vocês que trago essas palavras.



É necessário construirmos o novo homem – o profeta – como nos ensina Abuláfia. E por isso mesmo não podemos cair na armadilha da teorização.



Mas existe muito medo diante da possibilidade de se transformar. O familiar, mesmo quando nos faz sofrer, nos parece melhor que o estranho. O novo nos amedronta, e as feridas, que estamos sempre lambendo, até proporcionam prazer.



Transformar ou morrer nos ensinou Baal Shem Tov! Hoje eu ouso complementar que “transformar é morrer”! Morrer para renascer depois de olhar para a face de Deus e lutar com ele.

E não se pode sair desta luta sem morrer. Não se pode sair vitorioso sem perder. E esse é o objetivo essencial desta luta: PERDER para ganhar a si mesmo. E desta forma vamos do luto a alegria. E talvez não haja outro jeito de se chegar à alegria.



E travar esta luta na mente, no espírito e no corpo, evidencia mais uma vez a diferença entre TRANSPARECER e ATRAVESSAR, entre filosofia teórica e espiritualidade prática. Carrego com orgulho o fato de nunca ter oferecido aos meus amados discípulos um tipo de misticismo light. Seria a própria negação do LEÃO em mim.

O trabalho concreto do ser consiste então em indagar constantemente nossa própria condição. Mas que torpor é esse diante da transformação? Que paralisia é essa que consegue apagar o LEÃO em nós?

Em que contexto nossa vivacidade perdeu-se?

Como fazer para nos aproximarmos novamente da vitalidade?

Mas até o marasmo e o apagar da chama eterna se tornará matéria-prima nas mãos do cabalista. Uma vez que é do caos que nascem as estrelas.

Abuláfia era um músico e o ritmo, a arte era parte de sua estratégia de desenvolvimento espiritual. Por isso, não acredito em um profeta que não saiba dançar.

Um cabalista precisa de três coisas: perspicácia, profundidade e dança.

Metamorfoses do “eu” são fenômenos musicais. São ritmos. O homem é um inventor de ritmos. Só entendemos verdadeiramente as coisas quando a traduzimos em formas e ritmos.

O cabalista deve ser o maestro justamente por isso, porque ele conseguiu dançar com seu próprio caos interior. Ele precisa tornar-se um músico do espírito.

Trocar o CAMELO pelo LEÃO de modo musical – trocando o “você deve” pelo “eu quero”, mudando do “sim” do camelo para o “não” do leão – fugimos do perigo da arrogância e da mania de saber tudo.

Além da grande sensatez do corpo, o cabalista deve ressaltar a medicina do caráter e o valor da doença. A doença pode ser, na verdade, um impulso do corpo que sinaliza a necessidade de mudar de vida. A doença pode ser um primeiro passo em direção à suprema vida.

E então chegará o momento em que transformaremos o LEÃO no PROFETA de Abuláfia. Transformaremos o “eu quero” – do LEÃO, no “EU SOU” dos PROFETAS.

CORAGEM MEUS QUERIDOS DE ALMA!

A coragem não é a ausência do medo, é a capacidade de superá-lo, quando ele existe. É a força da alma diante do perigo.

A coragem não é um saber, mas uma decisão, não é uma opinião, mas um ato. É preciso coragem! Coragem para pensar, coragem até mesmo para sofrer ou lutar, porque ninguém pode pensar em nosso lugar – nem sofrer em nosso lugar, nem lutar em nosso lutar. E essa é mais elevada forma de coragem. A coragem da consciência. A coragem de não ceder ao medo, o impulso de se submeter à outra coisa que não a conformidade.

TRANSFORMAR É MORRER!

Mas para morrer é preciso ter coragem. E a coragem não se refere apenas ao futuro, ao medo, à ameaça; refere-se também ao presente, e essa coragem sempre está ligada à vontade, muito mais do que à esperança.

É por isso que a esperança só é uma virtude para os crentes, ao passo que a coragem o é para qualquer homem.

Mas, o que é necessário para ser corajoso?

Basta querê-lo, em outras palavras, sê-lo de fato. Não basta esperar a coragem por intermédio de “sinais” externos, apenas os covardes se contentam com isso.

CORAGEM E SIMPLICIDADE!

A simplicidade é esquecimento de si, de seu orgulho e de seu medo: é quietude contra inquietude, alegria contra preocupação, foco contra preguiça, espontaneidade contra conformidade, amor contra egoísmo, verdade contra pretensão.

E agora é o momento de encerrar com essa reflexão, pois o cabalista não se leva demasiadamente à sério nem ao trágico.

Ele deve seguir seu caminho, de coração leve, alma em paz, sem expectativas, sem nostalgia, sem impaciência.

O mundo é seu reino, e lhe basta.

O presente é a sua eternidade, e o satisfaz.

Nada tem a provar, pois não quer parecer nada.

Nada tem a buscar, pois tudo está aqui e agora.

E essa é a virtude dos sábios, e a sabedoria dos PROFETAS.

Vale a pena? Cabe a cada um decidir.

A vida real pulsa diante de nós.

Grandes turbulências geram grandes transformações.

Esse momento em que vivemos é para se PEGAR ou LARGAR.

PEGUE!

Escrito por Professor Mario Meir

Fonte > http://www.academiadecabala.com.br/index.php?option=com_content&view=article&catid=47%3Apanela-de-expressao&id=118%3Ao-camelo-e-o-leao&Itemid=33

sexta-feira, 13 de março de 2009

O que é a mente?


A mente, ou consciência, está no coração da teoria e prática buddhistas, e nos últimos 2.500 anos, meditadores vêm investigando-a e usando-a como um meio de transcender a existência insatisfatória e de atingir a paz perfeita. Diz-se que toda felicidade, comum e sublime, é atingida pela compreensão e transformação de nossa própria mente.

Um tipo de energia não-física, a função da mente é conhecer, experienciar. É a própria consciência. É clara por natureza e reflete tudo o que experiencia, assim como um lago calmo reflete as montanhas e florestas que estão ao seu redor.

A mente muda de momento a momento. É um continuum sem início, como um fluxo sempre em movimento: o momento-mental prévio dá origem a este momento-mental, que dá origem ao próximo momento-mental e assim por diante. É o nome geral dado à totalidade de nossas experiências conscientes e inconscientes: cada um de nós é o centro de um mundo de pensamentos, percepções, sentimentos, memórias, sonhos — tudo isto é a mente.

A mente não é uma coisa física que tem pensamentos e sentimentos; essas próprias experiências são a mente. Por ser sem matéria, ela é diferente do corpo, apesar de mente e corpo serem interconectados e interdependentes. Este relacionamento explica porque, por exemplo, as doenças e desconfortos físicos podem afetar a mente, e por que as atitudes mentais, por sua vez, podem dar origem tanto à cura quanto aos problemas físicos.

A mente pode ser comparada a um oceano, e os eventos mentais momentâneos — como a felicidade, a irritação, as fantasias e a tristeza — às ondas que sobem e descem sobre sua superfície. Assim como as ondas podem ser apaziguadas para revelar a calma das profundezas do oceano, assim também é possível acalmar a turbulência de nossa mente para revelar sua clareza natural.

A habilidade para fazer isto está dentro da própria mente, e a chave para a mente é a meditação.

Fonte > http://www.dharmanet.com.br/bhavana/

Por que meditar?


Todos querem a felicidade, mas apenas alguns de nós parecem encontrá-la. Em nossa busca pela satisfação, vamos de um relacionamento para outro, de um trabalho para outro, de um país para outro. Estudamos arte e medicina, treinamos para ser jogadores de tênis e datilógrafos; temos filhos e carros de corrida, escrevemos livros e plantamos flores. Gastamos nosso dinheiro com elaborados aparelhos de som estéreo, computadores pessoais, móveis confortáveis e férias ao sol. Ou tentamos nos voltar para a natureza, comer alimento integral, praticar yoga e meditar. Nada mais do que tudo o que fazemos é uma tentativa de encontrar a felicidade real e de evitar o sofrimento.

Nada há de errado com qualquer uma dessas coisas, nada há de errado em ter relacionamentos e posses. O problema é que as vemos como se elas tivessem alguma habilidade inerente de nos satisfazer, como se fossem uma causa de felicidade. Mas elas não podem ser, simplesmente por que elas não duram. Tudo, por natureza, muda constantemente e eventualmente desaparece: nosso corpo, nossos amigos, todos os nossos pertences, o ambiente. Nossa dependência sobre coisas impermanentes e nosso apego à felicidade que é como um arco-íris trazem apenas causas de desapontamento e tristeza, não satisfação e contentamento.

Nós experienciamos felicidade com coisas externas a nós, mas ela não nos satisfaz verdadeiramente ou nos livra de nossos problemas. É uma felicidade de qualidade ruim, inconfiável e de vida curta. Isto não significa que devamos abandonar nossos amigos e posses para sermos felizes. Ao invés disso, o que precisamos abandonar são os nossos conceitos errôneos sobre eles e nossas expectativas irrealistas do que eles possam fazer por nós.

Não apenas os vemos como permanentes e capazes de nos satisfazer; na raiz de todos os nossos problemas, está a nossa visão fundamentalmente errada da realidade. Acreditamos instintivamente que as pessoas e coisas existem em e por si mesmas, uma "coisidade" inerente. Isto significa que vemos as coisas como se tivessem certas qualidades que residissem naturalmente nelas, como se fossem, por sua própria parte, boas ou ruins, atrativas ou não. Estas qualidades parecem estar lá fora, nos próprios objetos, bem independentes do nosso ponto de vista e de tudo mais.

Nós pensamos, por exemplo, que o chocolate é inerentemente delicioso e que o sucesso é inerentemente satisfatório. Mas certamente, se eles fossem assim, nunca falhariam em nos dar prazer ou nos satisfazer, e cada um iria experienciá-los da mesma maneira.

Nossa idéia errônea é profundamente enraizada e habitual, ela colore todos os nossos relacionamentos e procedimentos com o mundo. Provavelmente, raramente questionamos se a maneira pela qual nós vemos as coisas é ou não a maneira pela qual realmente existem, mas uma fez que façamos isso, será óbvio que a nossa imagem da realidade é exagerada e parcial, que as qualidades boas ou más que nós vemos nas coisas são realmente criadas e projetas pela nossa própria mente.

De acordo com buddhismo, há uma felicidade duradoura e estável, e cada um tem o potencial para experienciá-la. As causas da felicidade estão dentro da nossa própria mente, e o método para atingi-la pode ser praticado por qualquer um, em qualquer lugar, em qualquer estilo de vida — vivendo na cidade, trabalhando oito horas, constituindo família, divertindo-se nos fins de semana.

Praticando este método — a meditação — podemos aprender a ser felizes a qualquer hora, em qualquer situação, mesmo nas difíceis e dolorosas. Conseqüentemente, podemos nos livrar de nossos problemas, como a insatisfação, o ódio, a ansiedade, e finalmente, ao realizar o verdadeiro modo das coisas existirem, vamos eliminar completamente a própria fonte de todos os estados perturbados da mente e, então, eles nunca mais surgirão novamente.

Fonte > http://www.dharmanet.com.br/bhavana/

quinta-feira, 5 de março de 2009

O que acontece quando você medita?


Nossa mente dá significado a tudo aquilo que percebemos através dos sentidos. Quando olhamos para uma flor, automaticamente este estímulo gera uma série de interações em nossa consciência fazendo nossa mente buscar em nossa memória e categoriza tudo, flor amarela, com esse nome, pois tem esse formato, este cheiro, etc.

Pois bem, quando você parar sua mente, sua percepção do objeto ao qual se concentra não será mais baseada em uma experiência sensorial e sim em um outro tipo de percepção mais abrangente e mais rápida pois não estará limitada pelo tempo, espaço e memória.

Para entendermos melhor, imagine uma maçã que pode ser sentida de forma tátil, oufativa, gustativa, visual e através de alguns registros auditivos do som da maçã sendo cortada por uma faca, cortada pelos seus dentes, etc.

Imaginemos um cego, ele não tem a parcepção visual da maçã. Se ele fosse um azarado e também não pudesse sentir gostos, fosse surdo, não sentisse cheiros e por fim não tivesse nenhum sentido. Para ele a maçã não existiria, mas ela existe.

Essa existência que está além das formas, cheiros e sons pode ser percebida por um outro orgão perceptivo que nos humanos ainda está muito mal desenvolvido e só nos dá vislumbres de percepções.

A meditação é justamente parar a máquina barulhenta da mente para que então este outro orgão perceptivo possa entrar em funcionamento e nos deixar perceber a “existência” daquilo que nos cerca e de nós mesmos sem a influência dos sentidos, lógica e razão. Isso é meditar.

Se não lembrar de nenhuma explicação deste texto basta lembrar desta: meditar é parar de pensar, ponto!

Fonte > http://swasthya.marcocarvalho.com/o-que-e-meditar/

A necessidade de acreditar


O ser humano não tem outra alternativa se não acreditar em alguma coisa a mais do que o simples desenrolar dos fatos.
Precisa ir além de si mesmo, ter esperança, ter iniciativa, motivação, capacidade de realização.
A disciplina da vontade nem sempre é vigorosa porém.
A acomodação diante de fatos é bem comum.
Então, diante do roldão da necessidade, a austeridade atinge o ser humano. O corpo começa a ser castigado pelas privações, pressões e problemas.
Aí o caráter se molda.
È preciso aprender esta cultura do trabalho de forma mais positiva. Antecipar problemas e soluções, avançar no sentido de motivação coerente e lógica. Isso exige capacidade de pensamento, disciplina, persistência, mas sobretudo fé.
O homem de fé visualiza seus objetivos e os atinge.
Tem firme a vontade no alvo que quer conquistar e conquista.
Pode demorar.
As variações podem acontecer, como fatores de ensino, para moldar o caráter, a vontade e as virtudes.

Os mafiosos também tem vontade. Fazem campanha política, montam empresas, burlam a lei e se instalam nos legislativos, executivos e por aí afora. Os mafiosos roubam de colarinho branco e gravata, enquanto o povo tem sono. Desesperançado o povo dorme nas dificuldades em transformar o conjunto macro da obra social terrena. Incapaz de lutar e temendo a transformação da luta, o povo se embriaga nos bares, reclama nas praças, mas não avança na questão de reivindicar melhores condições de vida. Seus direitos e deveres são confusos. Pão e circo. Somos um jovem pais, somos ainda um pálido reflexo de uma sociedade primitiva, apesar de boa índole, primitiva.

Falar sobre a boa índole do brasileiro que não quer guerra é positivo. Mas também temos a síndrome do “Zé “, o zé da vila, o zé preguiça, o zé, abreviatura de José, mas que fica mais bonitinho, pequenininho, malandro. O Zé Carioca, Zé do Ferro, Zé do Caixão, Zé da Vila, Zezé.
Os brasileiros foram acostumados a pensar pequeno.
As elites brasileiras não.
Estas incorporaram a cultura européia do empreendedorismo. São capazes de avançar, de colocar para funcionar suas ações, suas forças, seu positivismo. Empresários, profissionais liberais, artistas, comerciantes, usam da vontade e da persistência e atingem seus objetivos.

Depois da chuva vem o sol. Depois da tempestade a bonança. Mas para espantar o sono da preguiça imoral que atinge o brasileiro, é preciso carregar as dores do corpo e da alma com mais vontade, para resolver e lutar contra as depressões da inércia. É assim mesmo. Deixamos o tempo passar e passa rapidamente o tempo. Quando olharmos para trás, é preciso saber o que estamos fazendo. É preciso acordar para o destino de que o agora é que precisa ação. Carregar sobre os ombros o grande peso da força e da verdade. Buscar no movimento as forças do talento, da pesquisa, da tentativa, da experiência e da virtude.

Mas para isso é preciso esperança e “esperança é a última que morre”....

Fonte > http://www.gazetadecaxias.com.br/colunas_e_blogs/migueljr/arquivos/julho/2007/

Mentalização 23 – Fonte de Luz




Que a sublime paz exuberante
Dos planos onde não há traço de discórdia...
A paz suprema
Que é inabalável no reino celestial,
Envolva a quem se permite vibrar nesta freqüência de iluminação.

Somos a chama que cresce
Para arder bem alto
Acima das limitações humanas,
Iluminando nosso mundo
E aquecendo os corações.

Queremos que este movimento de mentalização
Crie cada vez mais o ambiente propício
Para a vida vibrante dos seres libertos.
Livres de julgamentos,
Livres de auto-condenações,
Livres de temores,
Pois a graça amorosa da divina fonte
Jorra sobre nós agora e sempre.

Tudo será transformado.
Tudo será requalificado
Para que afinal
A população de todo este planeta
Possa viver a alegria
De seguir sem amarguras
Sem temer o dia seguinte,
Sem se recolher
Pela falta de opções para a expansão de seu brilho interior.

É tempo para a antecipação da felicidade que virá.
É tempo de acelerar a fé
Pois fomos informados, pelos guardiões do planeta,
Que o amor do Pai é infinito
E que nenhum deste rebanho se perderá.

Você que está diante destas palavras,
Gire agora a chave mestra do seu espírito,
A chave de ligação com a mente de Deus.
O elo que faz a intersecção
Entre você e a sua potência ilimitada.

Retire o controle que concedeu aos desvios do mundo
E reconecte-se
Com o oceano infinito de vida de onde veio,
A luz cósmica que pulsa
Com ilimitada potência dentro de você.
Nós não somos nossos corpos.
Não somos nossas crenças pré-concebidas.

Somos muito mais que isto.
Somos a expressão da vontade do Criador,
Manifestando-se em cada indivíduo.

Temos este dom de manifestar o poder da luz.
Tratemos de manifestá-la ininterruptamente
Para romper com os velhos padrões viciados
Romper com o medo
Romper com a ira
E ser apenas paz exuberante
Com a elegância das aves do paraíso.

Vamos irradiar esta luz do ser humanizado,
Para que esta expressão de nossa natureza divina
Crie nesta hora uma onda de tudo que qualificamos,
Com tudo que queremos de melhor para nós,
Para o próximo,
Para todos os seres vivos,
Para o nosso querido planeta.

Expandindo-se com suprema majestade,
Numa nuvem colorida que vai
Encobrindo o planeta Terra,
Compondo novas realidades
De harmonia criadora e auto-sustentada.

É um momento de perfeição este,
Quando de coração aberto
Sentimos aproximar-se de nós
Uma energia de alta qualidade,
Que vai invadindo a alma,
Retirando as impurezas,
E assumindo a função de apaziguar o espírito
Criando um mar de tranqüilidade.

Entramos na sintonia da ordem universal,
Poder Máximo,
Configurado pelo abundante amor que faz a vida acontecer.
Que é um constante nascimento
E é permanentemente recriado por todos os seres, poderes e atividades da luz,
Que habitam a vastidão do infinito.

Esta força amorosa da criação está aqui agora.
Está sempre esperando o momento em que podemos parar um pouco,
Em boa sintonia,
E penetrar os canais de nosso ser cósmico,
Revelando a doce impressão
Do modo como a vida pode e deve ser sentida constantemente.

Todas as dificuldades passarão,
Restando a completa maestria,
Na interação com o bem-estar,
Que se faz presente
Quando sentimos a vibração das dimensões superiores.

Estas dimensões de luz começam dentro de nós,
Quando nos predispomos a irradiar o bem,
Pois é dando que se recebe.

E para intensificar a freqüência desta estrada de luz
Das oitavas superiores
Que agora nos envolve,
Vamos com grande tranqüilidade
Mentalizar o primeiro afago recebido por mão materna
Em cada um dos habitantes da Terra,
Encarnados e desencarnados.

Vamos visualizar as tenras crianças,
Envoltas nos braços de quem lhes dava assistência.
Sendo acariciadas, sendo amadas,
Sendo observadas com atenção e ternura.
Sintamos esta apaziguante sensação
Desse instante na vida de cada um.

(Pausa)

Há uma impressão de calor humano no ar.
Há uma percepção de quem sabe o que é sentir este calor materno.
Pois mesmo os mais sofridos, até mesmo os órfãos,
Tiveram de alguém um momento de afago e proteção.

E nesta faixa de percepção
Envolvemos agora a Terra
E todas as suas criaturas,
Com estas ondas calorosas de afeto,
Paz protetora,
E um sentimento de reverência perante a vida.

(Pausa)

A humanidade da Terra está carente de luz.
Está infeliz pela falta de amor nos corações.
É tempo então de expandir cada vez mais
Um coeficiente maior dos raios de amor,
Luz calmante,
Luz reconfortante,
Que sai do coração de quem se apresenta
Para contribuir com energia mental,
Distribuindo a luz interior.
E nada pode haver de melhor que uma luz compartilhada.

Invocamos a atenção do Grande Espírito,
Para que nos envolva com a presença eletrônica
Do seu amor infinito.
E nesta faixa somos faróis na escuridão,
Somos a prova de que o amor sempre vencerá.

Seguimos à frente,
Sem olhar para trás,
Apenas distribuindo o perfume doce
Das rosas de brilho intenso
Que brotam do nosso coração.

Que todas as pobres almas que vagueiam nas trevas da ilusão
Sejam tocadas pelas sutis emanações
Desta poderosa vontade que agora irradiamos.

Que todos fiquem em paz,
Que sejam possuídos pelo antídoto de toda insensatez,
O eterno Bem que brota agora de nós,
Como a água brota de um simples olho d’água
E se avoluma até formar imensas cachoeiras.

Criamos correntes de cura,
Na freqüência desta mentalização.
A cura das moléstias do corpo, agora invocamos,
E principalmente a cura dos males do espírito.

De mente a mente vai fluindo esta corrente.
De alma a alma é o equilíbrio que retorna.
De coração a coração
É o amor que vai purificando nosso mundo,
Reajustando as criaturas a um perfeito equilíbrio,
À reconquista da sincronia com as leis universais.

Somos poucos mas venceremos.
Pois é o pouco acrescido da infinita misericórdia,
Da abundância divina que percorre a vastidão cósmica,
Mantendo a ordem em todos os setores,
Trazendo de volta as ovelhas desgarradas do rebanho da luz
E precisa apenas de uma pequena abertura
Em nossa consciência,
Como esta agora criada,
Neste momento de mentalização,
Para projetar-se em nosso íntimo, fazendo milagres,
Para infiltrar-se no seio da humanidade,
Irrigando as sementes,
Que em poucos anos serão árvores frondosas,
Gerando frutos imensos de pura luz,
Que saciarão a fome, a sede e todas as carências humanas.

Perseveremos nas atividades redentoras,
Nos processos de oração, mentalização
E prática da fraternidade.

Sempre conscientes do poder que está conosco,
Pois é a vontade do Pai para cada um de nós.

Nunca estamos desamparados,
Mas não devemos desamparar a nós mesmos,
Recusando o mentalismo,
Que vai criando um futuro na vitória do amor,
E consequentemente inunda-nos
De todas as dádivas ao amor relacionadas.

O aumento no amor próprio,
Que é fruto deste exercício de amar,
É o que promove o transbordar de nosso cálice,
E faz irrigar tudo ao nosso redor
Com a luz do Eterno Bem.

E bem-aventurados são todos os que irradiam
A vontade do amor para o mundo,
Para todos os mundos e dimensões,
Onde há seres carentes de paz e alívio de suas aflições.

Estes são os futuros eleitos,
Os que em breve estarão livres da carga de todo sofrimento,
Pois mesmo sem sair de seus lares
Já estão conectados
Com a vontade divina para as suas criaturas
E assim serão sempre supridos de soluções e providências.

Que o vórtice dos sete raios
Seja derramado agora
Envolvendo a Terra inteira,
Brilhando intensamente
Com a máxima potência,
Para que todos sejam livres, puros e felizes.

E assim mais uma vez
A luz venceu a escuridão.

Um campo de proteção seja mantido
Em torno dos que fazem esta mentalização.

Fonte > http://bethreis.blogspot.com/2008/03/mentalizao-23-fonte-de-luz.html

terça-feira, 3 de março de 2009

Manaskriyá, a mentalização criativa


Esta é uma técnica usada para desenvolver, unificar e direcionar o potencial mental que, de modo geral, está disperso. Essa técnica nada tem a ver com auto-sugestão ou hipnose, mas consiste em concentrar a energia do pensamento de forma que seja criado no plano mental o objetivo que desejamos ver realizado em outro plano qualquer da nossa existência. Manaskriyá significa literalmente atividade mental.

A atividade rotineira, dispersiva, reduz consideravelmente a capacidade de realização que possuímos. Com a mentalização unificamos essa energia psíquica que habitualmente se encontra dispersa e nos concentramos em um objeto só, de maneira que este se cristalize na realidade. Ao criar esse alvo no plano mental, estamos criando ao mesmo tempo um substratum psicológico favorável para que ele se manifeste no mundo objetivo.

Visualizar é transformar idéias ou conceitos abstratos em imagens mentalmente visíveis.

No Universo, todo é energia em forma de vibração. O pensamento também é uma manifestação dessa energia, que vibra em um plano mais sutil. Ao unificar os pensamentos, fazemos um processo de condensação dessa energia, concentrando e desenvolvendo o nosso potencial e precipitando, criando no plano mental o que desejamos concretizar.

Isto tem diversas aplicações práticas no nosso dia a dia. Um pensamento potencializado facilita a realização de qualquer objetivo. Claro que isto não é instantâneo, nem se trata de ficar sentado fazendo pedidos. Se precisa de muita persistência para se chegar lá; a velocidade da realização de algum objetivo vai depender da quantidade de energia mental e física investida nele. Através do manaskriyá vamos direcionar os efeitos da prática de acordo com os nossos interesses. Apresentamos a seguir quatro recursos, que poderão ser utilizados durante o seu sádhana pessoal.

Visualização de cores

Cada cor tem um efeito bem definido sobre o ser humano, nos diversos planos da existência. No sádhana, pode ser utilizada a visualização de diversas cores, conforme os objetivos do praticante. As cores escolhidas devem ser sempre claras, suaves e luminosas. Evite as escuras, carregadas, pesadas, muito quentes ou demasiado frias.

O alaranjado é estimulante, vitalizante, energético e está relacionado à saúde fisiológica.
O rosa vibra afetuosidade, carinho, amor, compreensão.
O verde esmeralda é a cor da paz, alegre e extroversor.
O azul turquesa tranqüiliza, relaxa e descansa.
A cor lilás vibra proteção, meditação, subtilização kârmica.
O violeta neutraliza o karma negativo e eleva a tônica vibratória.
O dourado ativa o poder mental, a realização e as funções psíquicas e está ligado à vida e ao calor do sol.

Faça a respiração completa. Ao inspirar, visualize a cor com a qual você irá trabalhar como se fosse uma infinita quantidade de minúsculas esferas luminosas preenchendo o ar à sua volta. Acompanhe esses pontos de luz colorida visualizando que eles penetram pelas narinas a cada inspiração, percorrendo os condutos respiratórios e chegando até os pulmões.

Durante a retenção com ar visualize que os alvéolos absorvem a luz e que ela passa para o sangue, banhando o seu corpo por dentro e impregnando cada célula. Ao exalar imagine essa cor emanando pelos poros, como se fosse um vapor brilhante. Imagine o seu corpo irradiante como o sol, vibrando nessa cor. Repita o exercício diversas vezes.

Uma outra forma de se fazer este exercício é direcionando a cor para algum ponto específico, uma região do organismo que você quiser beneficiar ou alguma circunstância que desejar influenciar.

Mentalização direcionada

Quando quiser ver realizado um objetivo qualquer, deverá visualizá-lo diariamente. Para aumentar a força de visualização é importante que os pensamentos permaneçam estáveis, fixos nessa contemplação. Faça vários ciclos de respiração completa e ritmada, visualizando luz dourada envolvendo o seu espaço vital e imagine no interior de sua cabeça uma tela mental. Projete nela uma imagem ou uma série de imagens que representem o seu objetivo da forma mais clara possível, como se ele já estivesse acontecendo. Conclua o exercício visualizando todo o seu corpo brilhando como um sol dourado.

Manaskriyá para despertar kundaliní

Na posição de meditação da sua preferência, utilize a respiração completa, mantendo o ritmo quadrado e visualizando o prána entrando pelas narinas. Inspire de forma lenta, profunda e controlada, direcionando e concentrando o prána no múládhára chakra, que começa a ser ativado e adquire uma coloração de brasas incandescentes. Durante a retenção com os pulmões cheios visualize a kundaliní na forma de uma serpente ígnea, ascendendo pelo interior da sushumná nádí. Na sua ascensão, kundaliní desperta e ativa cada chakra, fazendo com que eles se desenvolvam e brilhem intensamente. Faça jihva bandha e múla bandha. Na expiração sinta a força no ájña chakra, ativando e despertando as potencialidades deste centro: mente superior, conhecimento e intuição linear. Ao reter a respiração com os pulmões vazios, mentalize que essa energia chegou no sahásrara chakra, na forma de luz dourada e começa a jorrar desde o alto da cabeça. Repita o exercício diversas vezes, mantendo sempre clara a imagem da ascensão da energia ígnea até o padma coronário.

Manaskriyá para ativar os chakras

Na posição e atitude anterior, direcione o prána na inspiração para o chakra que quiser desenvolver. Visualize a bioenergia na forma de milhões de minúsculas esferas luminosas penetrando nesse centro. No tempo da retenção, kúmbhaka, imagine este chakra tornando-se intensamente luminoso, com a sua cor própria. Visualize-o pulsando, enquanto executa mentalmente o bíja mantra correspondente. Ao exalar imagine o chakra irradiando luz e energia em todas as direções. Com os pulmões vazios, permaneça em contemplação, sempre concentrado no centro de força que estiver ativando. Você poderá fazer um ciclo sobre cada centro ou vários ciclos naquele chakra específico sobre o qual estiver trabalhando.

Extraído do livro Guia de Meditação.

Fonte > http://www.yoga.pro.br/artigos.php?cod=303&secao=3032

segunda-feira, 16 de fevereiro de 2009

A unidade perdida de todas as coisas.


No princípio, tudo era uma coisa só e a diversidade do mundo e do homem ainda não existia. O caos primordial, potencialidade absoluta, é também unidade absoluta. E a criação foi a mutilação desta unidade. A diversidade, fonte do conflito, da perplexidade, da solidão, inaugurou a história das coisas.

O homem percebeu que a ordem cósmica é constituída por estes ciclos de conflito / aproximação, pelo qual a vida e o mundo se renovam, que é por esta dialéctica dos contrários que a realidade muda e permanece. É neste jogo de oposições e complementaridades que está a essência de tudo o que existe.

Todos estes elementos complementares e contraditórios participam num sistema maior, do sistema original do próprio universo. Deste ponto de vista, toda a diversidade se torna apenas aparência, porque todas as coisas partilham da mesma natureza e é a sua unidade, não a sua diversidade, a verdade substancial.

Assim, todas as culturas exploram, sob várias formas, a intuição da unidade fundamental de todas as coisas. Seja através do weltgeist de Hegel, do Logos de Heráclito, do άπειρον (o indeterminado, o ilimitado de Anaximandro), da natureza de Buda, ou do Tao.

Por muitos caminhos temos procurado a saída para esta angústia permanente, de sermos limitados e sós, de estarmos em confronto e dependência do outro. Lutando contra o outro (negando-o), amando-o (fundindo-nos com o outro), ou procurando apagar o eu, como forma de resolver a contradição com o outro.

Este foi o caminho trilhado, desde cedo, pelo budismo mayana, mas que atingiu uma subtileza de outro nível, quando entrou em contacto (em diálogo e em conflito) com o pensamento taoista, nos obscuros séculos V e VI da nossa era. Deste contacto de ideias - o mais profundo do inconsciente de um continente inteiro! - há de nascer a intuição universal (e universalista) do budismo zen.

Conta-nos o mito que Gautama Sâkyamuni, príncipe herdeiro de um pequeno reino do sopé dos Himalaias (que terá vivido cerca de 560 a 480 a.c.), atingiu a iluminação (despertar – Bodhi, donde budismo) aos trinta e cinco anos, após ter abandonado uma vida de luxo e prazeres, para se dedicar exclusivamente à meditação. Nesta sua súbita e espontânea intuição, Gautama conclui que a tudo é maya (ilusão), que a aparente diversidade e conflito do mundo que nos rodeia é ilusória, porque é impermanente, mutável, caótica, mesmo.

Assim, o homem está fechado no ciclo da acção (karma) e reacção, sob o véu de maya, desejando, agindo, sofrendo, morrendo e renascendo (o ciclo do samsara), afastado da contemplação da verdade. Vivemos, num estado de desejo e insatisfação perpétua.

De facto, nunca estamos satisfeitos, pois quando obtemos algo que desejávamos, logo novo desejo nasce dentro de nós. Perante a aparente mudança e conflito contínuos (à nossa volta, entre nós e connosco próprios), temos noção da nossa fragilidade, da nossa finitude, limitação e contingência. Assim, criamos necessidades para nos proteger e alhear da impermanência das coisas. Este estado de tensão permanente (dukha), torna-nos escravos dos nossos desejos, incapazes de ver a verdade, incapazes de ser felizes.

E a maior ilusão, a mais difícil de vencer (e especialmente para nós, ocidentais) é a ilusão do eu. Se, em essência, todas as coisas são uma e toda a diversidade, toda a separação é ilusória, também o nosso ser (atman) individual é ilusório. A personalidade individual é a grande fonte de dukha.

Assim, só pelo abandono de todos os desejos e, em última instância, pela negação da nossa própria individualidade conseguiremos contemplar a verdade, e abandonar o ciclo de nascimento-renascimento.

É preciso compreender que não se trata aqui de uma negação do eu no sentido negativo. Uma morte da personalidade. Não. O que se pretende atingir, nomeadamente através da meditação, é uma tranquila neutralidade, uma aceitação pacífica da existência, em última instância, um silenciar da confusão de pensamentos, angústias e preocupações que escondem de nós o absoluto.

E a verdade que se busca compreender é que partilhamos da natureza universal de todas as coisas. Todos somos – mesmo que o não vejamos – Buda.

A dificuldade em conseguirmos atingir esta verdade vem de ela ser demasiado simples e estar demasiado perto de nós (somos nós). A nossa perspectiva analítica do conhecimento, que passa sempre pela distância entre o observador e o observado, não nos permite derrubar esta barreira.

Estes termos não se aplicam de maneira nenhuma, pois, afinal, aqui estamos a falar da absoluta identificação entre sujeito e objecto de conhecimento. Logo, todo o discurso sobre o zen é inútil e inadequado, como diz o antigo provérbio: "Aqueles que sabem, não falam. Aqueles que falam, não sabem."

Assim, todos os termos explicativos que possamos empregar para descrever o despertar (em japonês satori) serão sempre impróprios. O budismo zen, na tradição taoísta procura antes um “apontar directamente”. Como cita Watts: “Fora do ensinamento; à parte da tradição. Não fundamentado em palavras e letras. Directamente apontando para a mente do homem. Aprofundando a natureza própria e alcançando o estado de Buda.”

Assim, no budismo zen, o despertar não se atinge através de nenhum longo caminho de exercícios penosos, esforços ou sacrifícios. Pretende-se extinguir o desejo e não apenas encaminhá-lo noutra direcção. Como escreve Seng-ts'an (o terceiro patriarca do budismo zen, morto em 606): “Segue a tua natureza e harmoniza-te com o Tao; / Avança calmamente e abandona as inquietações. / Se os teus pensamentos estão amarrados estragas o que é genuíno... / Não sejas antagónico ao mundo dos sentidos, / pois quando lhe não és antagónico / verificas ser ele o mesmo que o completo Acordar. / A pessoa sábia não se esforça / o homem ignorante ata-se a si próprio... / Se trabalhas a tua mente com a tua mente / como podes evitar uma imensa confusão?”

Assim, o despertar é, tal como na natureza, um processo que se realiza espontâneamente. Pelo não agir, pelo não pensar. “Sentando-se tranquilamente, nada fazendo.” (o za-zen) O satori é algo que surge subitamente, inesperadamente, como um relâmpago de iluminação. E os relatos falam-nos de mestres que atingiram o despertar nas circunstâncias mais prosaicas, trabalhando, comendo, passeando. Enfim, fazendo tudo o que nos é natural.

Esta ideia da iluminação súbita e inesperada, repete-se por muitas religiões. No cristianismo, Paulo de Tarso (São Paulo) é fulminado subitamente pela epifania na estrada de Damasco, Santo Agostinho passeia no seu jardim quando lhe surge surge um livro e a voz de deus que lhe diz: “Tolle. Lege”, (Toma. Lê.).

Da mesma forma, em todos os continentes, o transe místico dos xamãs, que lhes permite contactar com o mundo dos espíritos, é conseguido pela alienação do estado normal do homem. Pela dança obsessiva, pela ingestão de drogas, pela música (a mais poderosa das drogas!), mas sempre por uma transfiguração / anulação do individuo.

Os momentos de visão religiosa ou de iluminação são sempre súbitos e inesperados. São os momentos em que nos abandonamos e permitimos à nossa auto-consciência baixar a guarda. São sempre o passo que se dá de olhos fechados. Quando abandonamos o limites estreitos do eu para reencontrarmos a substancia universal das coisas. Quando resolvemos o conflito pelo abandono do eu pessoal e partilhamos o eu universal para reencontramos a unidade perdida de todas as coisas.

"Havia qualquer coisa de indeterminado
antes do nascimento do universo.
Esta qualquer coisa é silenciosa e vazia.
É independente e inalterável.
Circula por toda a parte sem nunca se fatigar.
Deve ser a mãe do universo."
Tao-te-king (XXV) - Lao-tze

Fonte > http://os-olhos-de-ulisses.blogspot.com/2007/04/recuperar-unidade-perdida.html

sexta-feira, 13 de fevereiro de 2009

A cristalização do ser


O conflito está no homem. A menos que seja resolvido ali, não poderá ser resolvido em nenhum outro lugar. O desafio político está dentro de você; ele acontece entre as duas partes da mente.

Há uma ponte muito pequena. Se essa ligação for rompida por algum acidente, por algum defeito fisiológico ou por alguma outra razão, a pessoa fica dividida: ela se tornará duas pessoas -- e o fenômeno da esquizofrenia ou personalidade dividida, se manifestará.

Se a ponte for rompida -- e é uma ponte muito frágil --, então você se transformará em dois, passará a agir como duas pessoas. Pela manhã, você é muito amável, uma pessoa encantadora; à tarde, está muito bravo, completamente diferente. Você não irá lembrar-se de como foi de manhã... e como poderia lembrar-se? Era uma outra mente que estava funcionando -- e a pessoa se transforma em duas pessoas. Se essa ponte for fortalecida o bastante para que as duas mentes deixem de ser duas e se tornem uma só, então acontecerá a integração, a cristalização.
Aquilo que George Gurdjieff costumava chamar de cristalização do ser é apenas a transformação dessas duas mentes em uma só, o encontro do masculino e do feminino dentro de nós, o encontro do yin e do yang, o encontro do esquerdo com o direito, o encontro da lógica com o ilógico, o encontro de Platão com Aristóteles.

Osho Ancient Music in the Pines Chapter 1
Comentário:

A imagem da integração é a união mística, a fusão dos opostos. Este é um momento de comunicação entre dualidades da vida, anteriormente vivenciadas. Ao invés da noite opondo-se ao dia, a escuridão suprimindo a luz, as polaridades estarão trabalhando juntas para criar um todo unificado, transformando-se ininterruptamente uma na outra, cada qual contendo a semente do seu oposto no seu âmago mais profundo.
A águia e o cisne são ambos seres alados e majestosos. A águia é a encarnação do poder e da solitude. O cisne é a corporificação do espaço e da pureza, flutuando e mergulhando com suavidade no elemento das emoções, totalmente satisfeito e realizado em sua perfeição e beleza.
Nós somos a união da águia com o cisne: macho e fêmea, fogo e água, vida e morte. A carta da integração é o símbolo da autocriação, da vida nova e da união mística, conhecida também como alquimia.

Fonte > http://acrediteemvoce.blogspot.com/2008_04_01_archive.html

A exigência natural da alma




O que é Deus ?

No livro A Verdade da Vida, tive o cuidado de colocar entre parênteses as palavras “nosso Pai” depois da expressão “Grande Vida do Universo”, para que todos pudessem compreender seu significado. A Grande Vida do Universo é a fonte de onde se originou a nossa Vida. Aquele que é gerado é filho, e aquele que gera é pai. Portanto, é adequado o uso da expressão “nosso Pai do Universo” quando nos referimos à Fonte de nossa Vida. E de onde teria se originado o “nosso Pai do Universo”? Ele nunca nasceu. Sempre existiu. Por isso, dizemos que Deus é eterno, nunca nasceu e jamais morrerá.

Somos dotados de vida infinita

Por existir em nós a Vida de Deus, continuamos a viver mesmo após a morte do corpo carnal. Integrada na corrente da Vida do Pai, nossa Vida segue pela eternidade. O budismo também vem pregando uma visão de Vida semelhante desde antigamente.

É uma visão correta. Nossa Vida transcende as experiências terrenas porque segue junto com o fluxo da Vida de Deus. A Vida de Deus flui no canal chamado “corpo humano” e, depois de um determinado período, sai desse canal.

Quando a Vida sai do corpo de uma pessoa, dizemos que ocorreu a morte. Mas a Vida não morreu; ela saiu do “canal” e continua a fluir eternamente. A Vida do ser humano continua a existir mesmo após abandonar o corpo carnal, porque está integrada na Vida do Pai, na Grande Vida do Universo.

Talvez vocês perguntem: tanto a Vida que passou pelo canal chamado corpo carnal como a que ainda não passou, ou seja, tanto a Vida que foi concebida e surgiu neste mundo como a que ainda não foi concebida, acabam perdendo as respectivas peculiaridades e tornam-se uma só ao retornar para junto da Grande Vida do Universo (o Pai que rege o Universo)? Não é assim. Cada Vida individual mantém sua identidade e, ao mesmo
tempo, está integrada na Grande Vida do Universo.

Se colocarmos um pouco de água do mar num frasco, a água adquire a forma desse recipiente. Enquanto estiver dentro do frasco, a água apresentará essa forma peculiar. De modo análogo, quando a Vida se aloja no corpo carnal, adquire individualidade. A água do frasco, ao ser devolvida ao mar, perde completamente a forma que havia adquirido. Com a Vida do ser humano ocorre algo diferente: mesmo ao retornar ao “oceano da Grande Vida”, ela mantém sua individualidade.

Se, após a morte física, a Vida do homem terminasse como a água de um copo jogada no mar, isto é, perdesse
completamente a individualidade, não teria sentido as pessoas nascerem neste mundo como indivíduos, e cada qual vivenciar diversas emoções, esforçar-se para acumular experiências e se desenvolver. Tudo isso seria inútil. Seria um absurdo acreditar que Deus faz com que nós nos esforcemos a vida inteira para depois anular todo esse esforço. Por exemplo, de que adianta eu, Taniguchi, haver nascido, crescido, estudado, passado por situações que só eu podia vivenciar e, finalmente, ter conseguido o enriquecimento espiritual e o aprimoramento pessoal se tudo isso for anulado no momento em que o meu corpo carnal deixar de existir? Não teria sentido as pessoas se esforçarem, acumularem experiências e melhorarem cada vez mais se nada disso valer no final. Se o fim fosse igual para todos, tanto para os que se esforçaram e acumularam conhecimentos, para os que levaram uma vida dissoluta como para os que se entregaram à apatia e destruíram a própria vida, chegaríamos à conclusão de que talvez fosse melhor desistir de fazer qualquer esforço e morrer logo para voltar ao seio da Grande Vida. Não, essa não pode ser a finalidade de nossa existência. No âmago de nosso ser existe a intuição de que a nossa individualidade permanecerá para sempre, e é por isso que o esforço constante para melhorar tem sentido. Seria desnecessária a busca do aprimoramento se as pessoas que se esforçam e as que não fazem nenhum esforço se tornassem uma só ao voltar ao seio da Grande Vida. E se, para alcançar a iluminação, bastasse integrar-se à Grande Vida do Universo, seria melhor apressar-se a morrer do que perseverar nos esforços. Obviamente, essa idéia é absurda.

A exigência natural da Alma

Todos nós sentimos na alma a exigência natural de estabelecer uma clara diferença entre uma pessoa que se entrega à devassidão e acaba destruindo a si própria e outra que se esforçou constantemente até alcançar a iluminação espiritual. Essa exigência natural é tão lógica quanto a lei matemática que determina que dois são dois e não três. Nossa alma intui o que é correto e o que é errado, e essa intuição não falha. Por isso, sentimos o anseio natural, a necessidade premente, de nos aprimorarmos cada vez mais, e nos esforçamos para atender a essa necessidade. E, na busca do aperfeiçoamento, o que a nossa alma intui como sendo correto está de acordo com a Verdade. A alma é superior ao corpo. Portanto, não há dúvida de que ela não se extingue com a morte física.

Porque o homem não deseja a morte

A exigência natural da alma é o anseio por algo cuja existência o ser humano intui por meio da cognição transcendental.

Ninguém quer morrer. O desejo de viver é inerente a todo ser humano. Algumas pessoas dizem que querem morrer e tentam o suicídio. Mas, na verdade, elas também desejam viver; amarguradas com as circunstâncias que não lhes permitem viver da maneira como gostariam, recorrem ao ato extremo pensando em acabar com sua angústia. Pode-se dizer que é uma manifestação distorcida do desejo de viver plenamente. O desejo de viver é um anseio latente no âmago de nosso ser; trata-se de algo inato, transcendental, e não algo que se adquire pela experiência. Nossa essência é a Vida, e a Vida é uma energia que deve ser manifestada. Por isso, é inerente em todos o desejo de viver.

O desejo de progredir

O desejo de progredir também é inerente ao ser humano. Os meios para progredir na vida variam conforme as pessoas. Existem jovens que se dedicam aos estudos visando obter boas notas, moças que desejam encontrar um bom partido e constituir família, homens que querem conseguir um bom emprego e fazer sucesso na carreira. Há também os que preferem aperfeiçoar-se nos estudos a empenhar-se na carreira profissional.

São diferentes manifestações do desejo de se aprimorar, de evoluir. Se lhes perguntarem: “Por que querem progredir?”, não saberão explicar prontamente o motivo e dirão que simplesmente sentem necessidade de melhorar. Isso prova que o desejo de progredir é algo inato, ou seja, é uma exigência natural que vem do âmago da Vida, e nesse fato existe um significado profundo. Sabemos que, com o aprimoramento, nossa Vida adquire maior valor — em outras palavras, o aprimoramento implica aquisição de valor e nunca é inútil. Por isso, desejamos nos aprimorar. Pode-se apresentar diversos argumentos ou teorias a respeito do desejo de progredir. Mas o ponto fundamental é reconhecer que todos trazem latente em si esse desejo, tendo ou não consciência disso. Até mesmo vermes ou insetos aparentemente inúteis possuem o impulso de se desenvolver. E é por isso que ocorre o processo de evolução. Por que existe em todas as pessoas o desejo de progredir? Se o progresso conquistado nesta vida fosse anulado totalmente com a morte física, não seria lógico as pessoas sentirem a necessidade íntima ou o impulso natural de progredir. Se as pessoas são movidas por essa necessidade, esse impulso, é porque elas sabem, a priori, que o valor pessoal adquirido com seu progresso e seu aprimoramento nesta vida jamais será anulado.

Cada um de nós vive como um indivíduo, passa por experiências e treinamentos peculiares, acumula méritos e conquista o valor pessoal. É inconcebível que esse valor seja anulado com a morte do corpo carnal. O lógico é cada um conquistar o valor próprio, de acordo com seu grau de progresso: quem avançou dez passos deve obter o valor correspondente a esse empenho; quem avançou trinta passos, o valor correspondente a esse esforço, e assim por diante. Podemos afirmar que os valores peculiares que cada pessoa conquistou com esforços próprios passam a fazer parte da sua Vida individual, a qual não se extingue com a morte física; e que, por termos consciência disso, empenhamo-nos na busca do aprimoramento pessoal. Assim, considerando tanto o ponto de vista filosófico como o da ética prática, afirmamos que a Vida com características pessoais continua a existir mesmo após a morte do corpo.

(Fonte: A Verdade, vol. 5) - Do livro Você é Dono de Potencialidade Infinita pp. 48-53