terça-feira, 27 de janeiro de 2009

Imagem Verdadeira (Jissô)


A expressão "Imagem Verdadeira", a princípio, é uma tradução da palavra japonesa "Jissô". Uma tradução mais completa dessa palavra é "Aspecto Verdadeiro que exprime a Perfeição Original criada por Deus". Na Seicho-no-ie, aprendemos a verdade que somos Filhos de Deus, e que sempre fomos e seremos originariamente perfeitos. Fomos criados por Deus à sua imagem e semelhança. Portanto, somos espiritualmente perfeitos como Deus, por natureza. Assim, a imagem de homem pecador, doente, limitado, mortal e sofredor é falsa e transitória, pois não está em conformidade com sua verdadeira natureza. Mas a imagem de Filho de Deus, que expressa Perfeição e Harmonia, a imagem do homem tal como Deus o criou, isento de pecado, doença e morte, consiste a verdadeira imagem espiritual do homem, isto é, sua "Imagem Verdadeira". A "Imagem Verdadeira" não se refere somente à natureza humana, mas à de todas as coisas que possuem verdadeira existência, isto é, todos os seres e todas as coisas que foram criados por Deus. É a condição de Perfeição e Harmonia conforme Deus os criou. Dentro dessa natureza Original e Própria de cada um, os seres e coisas realmente existentes são a Vida de Deus.

segunda-feira, 26 de janeiro de 2009

Cem recomendações para a vida (Mestre Hsing Yün)


1.Descubra seu maior defeito e disponha-se a corrigi-lo.
2.Escolha até três exemplos de vida e determine-se a segui-los.
3.Tenha força e sabedoria para resistir às tentações do mundo.
4.Cultive a força da tolerância de forma a compreender, aceitar, assumir responsabilidades, ter determinação e melhorar as circunstâncias externas. Então, passe a cultivar a tolerância pela vida, a tolerância por todos os darmas e a tolerância pelos darmas não-surgidos de maneira a transformar o cultivo da tolerância em força e sabedoria.
5.Aprenda a se adaptar à pressão externa e não se deixe afetar por ela.
6.Seja ativo e destemido. Pense antes de agir.
7.Envergonhe-se do que ignora, do que é incapaz, do que o torna impuro e rude.
8.Faça com freqüência algo que toque o coração das pessoas.
9.Sinta-se bem sob qualquer circunstância, siga as condições corretas, esteja sempre livre de aflições e faça tudo com alegria no coração.
10.Ser corajoso e virtuoso é ter a capacidade de admitir os próprios erros.
11.Aprenda a aceitar perdas, falsas acusações, contratempos e humilhações.
12.Não inveje aqueles que praticam boas ações ou dizem boas palavras. Tenha sempre na mente, bondade e beleza.
13.Não empurre os outros para a beira do abismo; ao contrário, dê-lhes espaço para recuar — um dia eles poderão lhe ajudar.
14.Sirva àqueles que desejam fazer o bem, compartilhe um objetivo. Favoreça os outros e respeite seus anseios.
15.Seja amável e humilde ao relacionar-se com as outras pessoas. Expresse bondade em seu semblante e em sua fala.
16.A capacidade de doar traz abundância verdadeira.
17.Importe-se apenas com o que é certo ou errado; não se fixe em perdas e ganhos.
18.Deixe de lado pensamentos egoístas e dedique-se à justiça, à verdade e ao bem comum.
19.Viaje pelo mundo sob o céu estrelado. Vivencie a prática da procissão de mendicância pelo menos uma vez na vida.
20.Abra mão de todas as suas posses ao menos uma ou duas vezes na vida.
21.A cada quatro ou cinco anos, empreenda uma viagem sozinho.
22.Não se deixe cegar pelo amor. Não se traia por dinheiro.
23.Não bata de frente com as coisas — aprenda a arte de ser sutil.
24.Não há êxito sem persistência, diligência e determinação.
25.Desenvolva autoconfiança, expectativas em relação a si mesmo e metas pessoais.
26.Procure ouvir boas palavras e jamais esqueça o que elas significam.
27.Não desperdice o seu tempo. Faça planos e use o tempo com sabedoria.
28.Seja sempre sensato, pois a sensatez é imparcial e igual para com todos.
29.Lembre-se dos erros cometidos. Tenha-os sempre em mente para não repeti-los.
30.Seja qual for a sua função, desempenhe-a bem. Não olhe para os lados.
31.Faça tudo com boa intenção, verdade, sinceridade e beleza.
32.Não se apegue ao passado. Olhe sempre adiante.
33.Lute sempre pelos seus objetivos e vá longe.
34.Planeje sua carreira, use seu dinheiro com sabedoria, purifique seus sentimentos e não se apegue a fama e riqueza.
35.Desenvolva compreensão e visão corretas. Não se deixe levar cegamente pelos outros.
36.Renuncie a apegos insensatos e aceite a verdade com mente humilde.
37.Não faça intrigas nem espalhe rumores. Não se deixe influenciar por eles.
38.Aprenda a desenvolver sua mente, reformar seu caráter, recuar e dar guinadas em na vida.
39.Cultive méritos por meio de doações que estejam de acordo com sua capacidade, função, disposição e condição.
40.Creia profundamente no Darma e contemple todas as virtudes. Nunca faça o mal; pratique sempre o bem.
41.Não culpe os céus nem os outros por sua infelicidade, pois tudo tem sua causa e seu efeito.
42.Pense no bom e belo ao invés de pensar no que é triste e penoso.
43.Conquiste ao menos três tipos de habilitação ao longo da vida, como, por exemplo, para guiar automóveis, cozinhar, digitar, cuidar de enfermos, exercer a medicina, o magistério, o direito, a arquitetura etc.
44.Aprenda a articular bem a fala e a escrita. Aprenda a ouvir, a apreciar, a pensar, a cantar, a pintar e a desenvolver habilidades. Quanto mais se aprende, melhor. Aprenda, ao menos, metade disso tudo.
45.Leia ao menos um jornal por dia, para se manter em dia com o mundo.
46.Leia pelo menos dois livros por mês.
47.Mantenha uma rotina diária.
48.Cultive hábitos regulares de sono e alimentação.
49.Pratique exercícios físicos.
50.Mantenha-se longe de cigarro, álcool, pornografia e drogas. Administre e controle sua própria vida.
51.Pratique meditação por, pelo menos, dez minutos todos os dias.
52.Passe, pelo menos, metade de um dia sozinho, uma vez por semana.
53.Ao menos uma vez por mês, pratique o vegetarianismo, para nutrir seu coração de compaixão.
54.Ajude os outros e faça o bem sem esperar nada em troca.
55.Compartilhe sua alegria e compaixão com os demais.
56.Mantenha a capacidade de se auto-avaliar sob qualquer circunstância.
57.Reze pelos desafortunados, onde quer que você esteja.
58.Seja preciso em suas observações. Considere todos os ângulos e seja tolerante e compreensivo em relação aos outros.
59.Aprecie a vida, cuide dela e não a maltrate jamais.
60.Use seu dinheiro e suas posses com sabedoria. Não desperdice nem gaste demais.
61.Em tempos de alegria, contenha a sua fala; no infortúnio, não despeje sua raiva sobre os outros.
62.Não enalteça seus próprios méritos nem aponte os erros alheios.
63.Não inveje nem suspeite. Méritos advêm das realizações e da ajuda aos outros.
64.Não seja ganancioso em relação às posses alheias, nem mesquinho em relação às suas.
65.Demonstre coerência entre atitude e pensamento. Não seja iluminado na teoria e ignorante na prática.
66.Não fique sempre pedindo ajuda aos outros. Busque ajuda dentro de si mesmo.
67.Faça de sua própria conduta um bom exemplo. Não espere benevolência dos outros, mas de si mesmo.
68.Cultivar bons hábitos é a melhor maneira de manter uma vida íntegra e saudável.
69.É melhor ser não-inteligente do que não-compassivo.
70.A mente otimista é contemplada com um futuro brilhante.
71.Construa seu próprio destino. Corra atrás das oportunidades ao invés de esperar que elas caiam do céu.
72.Controle suas emoções e seu humor: não se deixe levar por eles.
73.Elogio e ofensa fazem parte da vida. Não se apegue a eles — conserve sempre a paz interior.
74.A doação de órgãos ajuda a prolongar a vida além de propiciar recursos para as vidas de outros seres.
75.Ouça o que os outros têm a dizer e anote a essência do que eles dizem.
76.Olhe para si mesmo antes de acusar os outros. Somente uma avaliação honesta de seus méritos e de méritos lhe dá o direito de julgar os demais.
77.Cumpra suas promessas.
78.Não viole o direito dos outros para beneficiar a si próprio. Favorecer os demais, às vezes, é imperioso.
79.Não sinta prazer em ridicularizar os outros. Ao contrário, aprenda a fazê-los felizes.
80.Não critique, por inveja, a benevolência do outro. Respeite-o e siga seu bom exemplo.
81.Não use de traição para obter vantagens.
82.Os privilégios devem, antes de tudo, ser oferecidos às outras pessoas.
83.Aprenda a aceitar as desvantagens. Saiba que, na verdade, elas são vantagens.
84.Não se apegue a perdas e ganhos. Não faça comparações entre o que você e os outros têm ou deixam de ter.
85.Seja sincero, impetuoso e educado.
86.Harmonia, paz e tranqüilidade são a chave para o relacionamento com as pessoas.
87.Respeito, reverência e tolerância são a tríade para manter boas relações com o mundo.
88.A raiva não resolve problemas. Somente uma mente tranqüila e pacífica pode ajudar você a lidar com a vida.
89.Relacione-se com pessoas virtuosas e bons mestres.
90.Não contamine os outros com sua tristeza, nem leve preocupações para a cama.
91.Busque prazer e alegria em tudo o que faz, e transmita isso a todos.
92.Seja grato aos benevolentes e aos que prestam auxílio. Deixe-se tocar por seus atos virtuosos.
93.Dê um toque de serenidade a tudo o que você fizer na vida.
94.Não existe dificuldade ou facilidade absolutas. O esforço transforma dificuldade em facilidade, enquanto a indolência torna o fácil difícil.
95.Ajude seus vizinhos e sua comunidade e participe dos eventos locais. Assim, você se tornará um voluntário da humanidade.
96.Só a humildade gera o bem. A arrogância não traz nada mais que desvantagem.
97.Aproxime-se de mestres virtuosos. Ouça-os, seja leal e não os desacate.
98.Ajudar os outros é ajudar a si mesmo. Ter consideração pelos outros significa cuidar e amar a si próprio.
99.Dê aos jovens oportunidades e ofereça-lhes orientação sempre que necessário.
100.Cuide de seus pais e seja amoroso com eles.

Fonte > http://hsingyun.dharmanet.com.br/cem.htm

terça-feira, 20 de janeiro de 2009




Estado de Graça [ 10-10-2008 ]

Estou caminhando pela Praia de Graçandu, Rio Grande do Norte. Um lugar encantador, onde a luz faz moradia de uma forma como não há em nenhum outro lugar. Sim, a luminosidade possui uma presença quase mística por lá.

No final de tarde, na companhia do vento forte, do som das ondas e de um pequeno “maçarico” (pássaro que se alimenta de pequeninos crustáceos á beira mar) que parece seguir meus passos enquanto caminho, tive uma das experiências mais contemplativas dos últimos anos. Ao longo de quatro dias presenciei o que os antigos cabalistas chamavam de hitbodedut (isolamento). Esse isolamento era uma busca por destacar-se das rotinas exatas que nos condicionam e procurar uma descontaminação da mesmice do dia-a-dia. Podemos dividir esse “isolamento”, em diversas categorias, entre elas, sonora, sensorial e visual. Uma espécie de “retiro” existencial que todos deveriam fazer pelo menos uma vez por ano. Enquanto ando pelas areias de Graçandu, penso no estrangulamento visual há que estamos acostumados.

E penso que, da mesma forma como devemos cuidar das coisas que comemos e do ar que respiramos, deveríamos também estar atentos as paisagens que contemplamos. A pergunta que deveríamos nos fazer com freqüência: Com o que os nossos olhos se alimentam?

A verdadeira vivencia espiritual depende de uma combinação de fatores essenciais para a vida e uma busca pela graça, a beleza.
É fácil achar a graça em Graçandu, eu sei. Mas é possível fazer isso em muitos lugares, em paisagens virgens aos olhos.

Dedique um tempo, que seja, de sua vida para contemplar a beleza de novas paisagens, isso vale por muitas meditações. Caminhar ao som do mar contemplando os movimentos do pequeno maçarico que saltitava ao recuo das ondas e bicava a areia a procura de alimentos foi uma oração cheia de beleza e luz.

Coloque o colírio da vida em seus olhos, carregue suas energias de luz e verá como isso contribuirá para sua iluminação. Faça uma terapia visual buscando um período de conforto, beleza e conteúdo espiritual em suas paisagens.

Você se sentirá livre por um bom tempo. Foram tantos meses lutando com monstros e olhando para abismos que quase não me dei conta que o abismo depois de um certo tempo também começa a olhar para você.

Apaixone-se pela vida, alimente-se de novas paisagens.

Mario Meir

Fonte > http://www.academiadecabala.com.br/cronica.php

sábado, 17 de janeiro de 2009

Bob Marley

Deixe fluir...


Não tenho me preocupado muito em saber para onde vou, como durante tanto tempo eu me preocupei. Curiosamente, experimento uma confiança de estar seguindo na direção do caminho que é meu, como nunca antes eu senti. Não há grandes acontecimentos que sinalizem isso. Apenas sinto. Apenas confio.
Estou aprendendo, ainda que com os inevitáveis tropeços de todo aprendiz, a permitir que o meu coração tenha mais espaço para me mostrar por onde ir.

Tenho deixado com mais freqüência que me conduza, porque ele faz isso sem esforço algum. Há uma leveza rara disponível nessa entrega. Ainda insisto, incontáveis vezes, no antigo e desgastante vício de tentar controlar tudo. Mas quando consigo simplesmente fluir no movimento espontâneo da vida, sinto que estamos conectados com uma inteligência amorosa, presente em tudo o que vive. Não sabemos de nada, mas ela sabe. E atrai para o nosso caminho as experiências, os encontros, o aprendizado de que precisamos para assoprar as densas nuvens que nos afastam do contato com o amor. Tudo se apresenta na medida e no momento adequados para que a nossa história seja desenhada com os traços que têm a ver com a nossa alma.

Em alguns pontos do caminho, vivenciamos circunstâncias desastrosas. Não temos idéia de como fomos parar lá. Ficamos enraivecidos, tristes e assustados. Pensamos em desistir, porque achamos que somos uma idéia que não deu certo e que a vida não vale a pena. Quando o vento passa e, mais tranqüilos, olhamos para trás, às vezes percebemos que o vento foi forte e também útil. Por mais incrível que pareça, sem ele talvez não soubéssemos outra maneira de sair do lugar. Percebemos que acaso é só um nome que arranjamos para chamar aquilo que ainda não conseguimos entender.

Texto de Ana Jácomo
http://anajacomo.blogspot.com/

sexta-feira, 9 de janeiro de 2009


Ganesha - ou Ganesh - filho de Shiva e Párvati, é o deus do sucesso, sabedoria e superação de obstáculos, mas é também associado com a visão, aprendizado, prudência e força. Como deus do sucesso, seu nome é invocado no início de um evento importante. Como removedor de obstáculos, ele é invocado ao começo de qualquer jornada, casamento, ritos religiosos, construção de casas, a escrita de um livro ou mesmo uma carta.
A lenda conta que Ganesha era um menino muito bonito. Sua beleza era tão mágica e sua presença tão doce, que as pessoas não prestavam atenção na sua sabedoria e nem escutavam seus ensinamentos. Ficavam cativadas pela sua beleza sobrenatural.Para evitar isso, Shiva cortou sua cabeça e colocou a do elefante no lugar. Dessa forma, todos os que se aproximassem dele seriam libertados por sua sabedoria e não ficariam encantados pela aparência sedutora, mas ilusória. Quem buscasse seu concurso seria pelo objetivo do crescimento espiritual e não mais pelas firulas da vaidade.

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Simbolismos do Ganesha:
Grandes orelhas: ouça mais
Grande cabeça: pense grande
Olhos pequenos: concentre-se
Boca pequena: fale menos
Machado: corta fora todas as ligações acessórias
Mão em posição de bênção: bênção e proteção para o caminho espiritual supremo
Grande estômago: digestão pacífica de todo o bem e mal na vida
Corda: Colocar você mais próximo de sua maior vitória
Uma presa: reter o bem, descartar o mal
Tromba: grande eficiência e adaptação
Rato: desejo. A menos que, sob controle, pode causar frustração, você deve segurar o desejo e mantê-lo sob controle e não permitir que ele controle sua vida.

Fonte >> http://katiabueno.blogspot.com/search/label/Religi%C3%A3o

Você tem o hábito de juntar objetos inúteis no momento, acreditando que um dia (não sabe quando) poderá precisar deles?
Você tem o hábito de juntar dinheiro só para não gastá-lo, pois no futuro poderá fazer falta?
Você tem o hábito de guardar roupas, sapatos, móveis, utensílios domésticos e outros tipos de equipamentos que já não usa há um bom tempo?
E dentro de você?
Você tem o hábito de guardar mágoas, ressentimentos, raivas e medos?
Não faça isso. É antiprosperidade.
É preciso criar um espaço, um vazio, para que as coisas novas cheguem em sua vida.
É preciso eliminar o que é inútil em você e na sua vida, para que a prosperidade venha.
É a força desse vazio que absorverá e atrairá tudo o que você almeja.
Enquanto você estiver material ou emocionalmente carregado de coisas velhas e inúteis, não haverá espaço aberto para novas oportunidades.
Os bens precisam circular. Limpe as gavetas, os guarda-roupas, o quartinho lá do fundo, a garagem.
Dê o que você não usa mais.
A atitude de guardar um monte de coisas inúteis amarra sua vida.
Não são os objetos guardados que emperram sua vida, mas o significado da atitude de guardar.
Quando se guarda, considera-se a possibilidade da falta, da carência.
É acreditar que amanhã poderá faltar, e você não terá meios de prover suas necessidades.
Com essa postura, você está enviando duas mensagens para o seu cérebro e para a vida: primeira, você não confia no amanhã e; segunda, você acredita que o novo e o melhor não são para você, já que se contenta em guardar coisas velhas e inúteis.
Desfaça-se do que perdeu a cor e o brilho e deixe entrar o novo em sua casa e dentro de você!
"As pessoas são solitárias porque constroem paredes ao invés de pontes."

Texto de Joseph Newton

Fonte >> http://katiabueno.blogspot.com

quarta-feira, 7 de janeiro de 2009



Certo dia, à margem de um tranqüilo lago solitário, a cuja margem se erguiam frondosas árvores com perfumosas flores de mil cores, e coalhadas de ninhos onde aves canoras chilreavam, encontraram-se quatro elementos irmãos: o fogo, o ar, a água e a terra. - Quanto tempo sem nos vermos em nossa nudez primitiva - disse o fogo cheio de entusiasmo, como é de sua natureza. É verdade - disse o ar. - É um destino bem curioso o nosso. À custa de tanto nos prestarmos para construir formas e mais formas, tornamo-nos escravos de nossa obra e perdemos nossa liberdade. - Não te queixes - disse a água -, pois estamos obedecendo à Lei, e é um Divino Prazer servir à Criação. Por outro lado, não perdemos nossa liberdade; tu corres de um lado para outro, à tua vontade; o irmão fogo, entra e sai por toda parte servindo a vida e a morte. Eu faço o mesmo. - Em todo o caso, sou eu quem deveria me queixar - disse a terra - pois estou sempre imóvel, e mesmo sem minha vontade, dou voltas e mais voltas, sem descansar no mesmo espaço. - Não entristeçais minha felicidade ao ver-nos - tornou a dizer o fogo - com discussões supérfluas. É melhor festejarmos estes momentos em que nos encontrarmos fora da forma. Regozijemo-nos à sombra destas árvores e à margem deste lago formado pela nossa união. Todos o aplaudiram e se entregaram ao mais feliz companheirismo. Cada um contou o que havia feito durante sua longa ausência, as maravilhas que tinham construído e destruído. Cada um se orgulhou de se haver prestado para que a Vida se manifestasse através de formas sempre mais belas e mais perfeitas. E mais se regozijaram, pensando na multidão de vezes que se uniram fragmentariamente para o seu trabalho. Em meio de tão grande alegria, existia uma nuvem: o homem. Ah! como ele era ingrato. Haviam-no construído com seus mais perfeitos e puros materiais, e o homem abusava deles, perdendo-os. Tiveram desejo de retirar sua cooperação e privá-lo de realizar suas experiências no plano físico. Porém a nuvem dissipou-se e a alegria voltou a reinar entre os quatro irmãos. Aproximando-se o momento de se separarem, pensaram em deixar uma recordação que perpetuasse através das idades a felicidade de seu encontro. Resolveram criar alguma coisa especial que, composta de fragmentos de cada um deles harmonicamente combinados, fosse também a expressão de suas diferenças e independência, e servisse de símbolo e exemplo para o homem. Houve muitos projetos que foram abandonados por serem incompletos e insuficientes. Por fim, refletindo-se no lago, os quatro disseram: - E se construíssemos uma planta cujas raízes estivessem no fundo do lago, a haste na água e as folhas e flores fora dela? - A idéia pareceu digna de experiência. Eu porei as melhores forças de minhas entranhas - disse a terra - e alimentarei suas raízes. - Eu porei as melhores linfas de meus seios - disse a água - e farei crescer sua haste. - Eu porei minhas melhores brisas - disse o ar - e tonificarei a planta. - Eu porei todo o rneu calor - disse o fogo - para dar às suas corolas as mais formosas cores. Dito e feito. Os quatro irmãos começaram a sua obra. Fibra sobre fibra foram construídas as raízes, a haste, as folhas e as flores. O sol abençoou-a e a planta deu entrada na flora regional, saudada como rainha. Quando os quatro elementos se separaram, a Flor de Lótus brilhava no lago em sua beleza imaculada, e servia para o homem como símbolo da pureza e perfeição humana. Consultaram-se os astros, e foi fixada a data de 8 de maio - quando a Terra está sob a influência da Constelação de Taurus, símbolo do Poder Criador - para a comemoração que desde épocas remotas se tem perpetuado através das idades. Foi espalhada esta comemoração por todos os países do Ocidente, e, em 1948, o dia 8 de Maio se tomou também o "Dia da Paz".

*Fonte >> http://www.viacapella.com.br/lotus.asp